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quarta-feira, janeiro 23, 2008

"Why so serious, Heath?"


Minhas madeixas roxas com prendedores verdes sentem pela perda de Heath Ledger, o Coringa.




Confesso que nem dava muita bola para ele de início, e só fui nutrir simpatia depois de "Brokeback" (que resisti muito para ver - não por ser gay, mas por ser de caubói :S) e de "Irmãos Grimm" (desculpe Terry Gilliam, o filme é ruim, só vale por Heath e Matt Damon patetando).

Quando foi selecionado para ser vilão do Batman, fiquei com receio. Mas, quando vi o trailer, percebi porque ele tinha sido o escolhido para ser o melhor vilão (e, para mim, o melhor personagem) de HQ: não é como no primeiro filme do Batman, onde Jack Nicholson (que é fã de HQ e do personagem) faz papel de Jack Nicholson vestido de Coringa. Ali, Heath Legder sumiu sob o manto do vilão. Ele era o Coringa. Ele foi o Coringa. Ele foi.

Triste perder um talento assim tão jovem. Uma pena.


Shrivel up!

quarta-feira, janeiro 09, 2008




Eu, o DJr (que me enviou essa foto e é o responsável pela tradição das fotos de fim de ano deles aqui) e os próprios Hives mandamos um BEIJO NO CORAÇÃO do povo que lê isso aqui!! Ou não. hahahahahaha

Enfim, lá vamos nós:

DAS REGRAS DE ETIQUETA PARA COM OS EX-COLEGAS DE BANDA
(ou: as boas lições aprendidas em 2007)

Ao som de "Sound of Silver", LCD Soundsystem; "The Black and White Album", The Hives e "Head On", Pixies.

Uma de minhas frases de efeito favoritas e mais usadas (ao menos para comigo mesma) é a da música do Queen: "I want it all". Sempre fui do tipo "agregadora", que não quer deixar nada nem ninguém para trás. Mas é claro que a vida se encarrega de que certas situações surjam para aprendermos a abrir mão de certas coisas/pessoas. E, mesmo que algumas sejam ruins para mim, me é difícil afastar delas.
Normalmente, o que acontece é que ou elas se afastam de mim (e eu posso vir a contribuir para que isso aconteça, mesmo sem admitir - como perder o interesse por certa pessoa gradualmente e fugir dela, até que ela também desista de me procurar - sim, isso é horrível); ou eu finjo que nada acontece e fica esse chove-não-molha das relações pessoais contemporâneas que todo mundo tem: "eu tô aqui, vc tá aí, nem nos falamos mas também não cortamos relações porque provavelmente não temos coragem para isso". Vai que um dia você precisa DAQUELE velho ombro amigo?!?!?! As pessoas são tristes.

Resumindo, nunca fui do tipo que corta relações definitivamente, mesmo quando deveria. E isso pode ser um saco.


Sempre imaginei que a dinâmica das relações entre colegas de bandas fosse tipo um amálgama de família e casamento. E, por ser algo tão difícil e trabalhoso, mas que com AMOR (pela música, pelos colegas, pelo processo criativo, que seja) resulta sempre em algo "mágico" (um esforço coletivo trazendo resultados apesar das adversidades) que a noção de BANDA sempre exerceu grande fascínio sobre mim.

Bandas se formam e se extinguem diariamente, assim como pessoas entram e saem destas com a mesma frequência. E qualquer um com um mínimo de técnica, prática e/ou talento sabe que isso é normal e que ninguém é insubstituível. Aliás, até eu, que não possuo nenhum dos atributos acima, sei disso. Mas eu tenho o maldito espírito agregador, e por isso foi tão difícil e surpreendente até para eu mesma reconhecer que não queria mais ficar na banda onde tocava - talvez a única oportunidade que terei na vida de estar numa.

O que acontecia é que desde o início me deparava com situações tolas que me desagradavam muito, e o que antes dava para jogar para debaixo do tapete e achar que eu é que estava com frescura, foi finalmente tornando-se insuportável: a índole de certas pessoas, que iam se revelando sutilmente e criando um quadro desagradável de se ver, além das famosas divergências criativas estavam cada vez mais difíceis de se lidar - no final, estava me arrependendo de ter me envolvido em tudo. Afinal, ninguém quer aturar, por exemplo, família dos outros interferindo em sua música e no seu jeito de ser, ou então fofocas desnecessárias e orgulhos. Nada pior que ver alguém que você considerava amigo mentindo descaradamente para você, e você acabar fingindo que acredita para evitar maiores estresses. Eu ainda acreditava que se é amigo mesmo, colocando em pratos limpos o que acontece com honestidade, seria possível chegar a uma conclusão que agradasse a todos.

Mas, finalmente, chegou ao ponto que eu tinha que deixar de lado o senso agregador e ser bem individualista: não queria mais meu nome associado a algo o qual estava odiando fazer parte. Brandei meu "não" em alto e bom som. Não quero isso para mim. Não quero mais a companhia deles. Não quero fazer música que não me empolgue. E não quero aturar palhaçadas dos outros. E é isso aí.

Por mais que seja a mesma velha história da música pop, para mim é inédito - nunca tinha passado por isso. Fica sempre aquela coisa, "será que ainda somos amigos depois de tudo?". É estranho ver a reação de amigos, "sem você a banda acabou". É bom ver que fiz alguma diferença afinal - a banda foi legal para alguém por um momento pelo fato de eu ser parte dela.

No fim das contas, o que valeu a pena mesmo foi finalmente conseguir falar um NÃO com tanta vontade. Desde então, acho que aprendi a ser mais verdadeira com ou outros e comigo mesma - não que eu fosse uma enganação, mas sempre fui diplomática demais com medo de magoar as pessoas, e isso é bom para os outros, mas não para a gente. Aprendi, por exemplo, a chegar e dizer na cara de um de meus melhores amigos que ele tinha vacilado feio comigo (um outro rolo que nada tem a ver com a banda), que acabou comigo e que teríamos que conviver com isso agora. Não deixei de ser sua amiga, mas a história não será esquecida com facilidade. É o tipo da coisa que eu nunca teria feito em outros tempos, jogaria para debaixo do tapete e fingiria que nada aconteceu. Mas fingir é feio.

Será que eu vou me arrepender, num futuro não muito distante, desses "nãos" que estou aprendendo a dizer agora? Só sei que no momento sinto-me feliz e aliviada. Foram experiências libertadoras e reveladoras.

Já estava animada com a chegada de 2008 para me fazer esquecer do ano confuso que foi o anterior. Mas, estou começando a achar que 2007 foi mais importante do que eu imaginava.


Giddy up!

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