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quinta-feira, julho 18, 2002

UMA.CÂMERA.NA.MÃO.E.NADA.NA.CABEÇA

Juro por Deus que respeito o diretor David Cronenberg; tanto que um dos filmes que eu sempre quis assistir, mas nunca consegui (por ser dificílimo de encontrar em locadoras) é o seu “Videodrome” , que tem a “Blondie” Deborah Harry no cast.
Mas outro dia eu assisti ao seu tão falado “eXistenZ” . Nem acreditei qdo o filme acabou, pq nunca imaginei que eu, uma mera mortal de Q.I. mediano e gosto duvidoso para filmes, pudesse achar um Cronenberg tão previsível. Na verdade, acho que no final a culpa foi minha; acho que superestimei o homem.
O filme é legalzinho, mas achei que seria mais que isso. Seria sinistro, bizarro, perturbador. Assim como qdo vi “Crash – Estranhos Prazeres”, e fiquei desapontada – achei que seria bizarro, perturbador e tal, e qdo achei q “o bicho finalmente iria pegar”, o filme acabou. E lá fiquei eu, me achando a pessoa mais assexuada do mundo, porque achei o filme meio sem graça (tudo bem que nunca tive grande fetiche por carros, as well). Além de me achar meio burra também – afinal, talvez eu não tivesse gostado do filme pq fiquei sem entender alguma-coisa-que-não-sei-o-que-é. Mas isso não quer dizer nada, pq assisti a “Mullholland Dr.”, não entendi nada (bem, entendi algumas coisas :oP ), e adorei o filme. Pois é, nem me pergunte como isso aconteceu pq é difícil de explicar agora num post apenas...
A impressão que eXistenZ deixou foi a de um filme onde ninguém sabe o que é mentira e o que é verdade (ou, no caso, “Real” vs. “Virtual”), e quem está enganando a quem, a fim de dar várias reviravoltas para confundir todo mundo mesmo. Até aí, tudo bem, é um filmaço. Mas chega a um ponto em que torna-se previsível, chega a lembrar aquele filme “Garotas Selvagens”, com a Neve Campbell e o Matt Dillon. Só que o “GS” é escancaradamente canalha, é engraçado. De repente, a intenção de Cronenberg era fazer um filme canalha, só que as pessoas o levaram tão a sério que até eu resolvi vê-lo com um olhar mais crítico, e não pop, como deveria ter sido feito originalmente.
De qualquer forma, tem uns lances muito interessantes (a arma feita de dentes e carne, de forma a passar batido por revistas de segurança é super bem bolada, ótima), e ainda tem o Jude Law, atorzão, o James Stewart dos novos tempos (fisicamente, pelo menos), ou apenas o Damon Albarn melhorado (definitivamente, o uso excessivo de XTC pelo vocalista do Blur não fez bem à sua conservação corpórea). Anyway, Jude é demais.
Bem, agora pensando como diversão pop, o filme é legal. Até o veria de novo.


P.S.: Entre o “Crash – Estranhos Prazeres” (“Crash”, no original) do Cronenberg, e o “Estranhos Prazeres” (Strange Days), com o Ralph Fiennes e a Juliette Lewis, ainda fico com o segundo, que é muito mais pop, e tem a sua pequena parcela de bizarrices as well.

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