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segunda-feira, setembro 09, 2002

Momento “Sra. Orson Welles da Silva” Total

Já estava mais do que na hora de fazer jus ao meu nome (“Sra. Orson Welles da Silva”, pra quem não sabe) neste blog. Semana passada comprei a edição especial (e dupla) do DVD do filme “Cidadão Kane”. Inclusive, tenho também o VHS bem guardadinho, mas como moro em Petró, ele nunca estará livre de ficar mofadinho. E isso não se faz com um clássico do cinema! Bem, antes de falar dele, vou contar uma historinha:

Oba oba oba, que bom que bom que bom!!
Outro dia tava zapeando quando parei no Canal Brasil ao ver uma imagem de época da Carmen Miranda cantando com uma orquestra. Como tenho CERTEZA ABSOLUTA de que minha vida anterior foi na época do início do século aos anos 1940, no Rio de Janeiro, parei pra ver do que se tratava. Era o documentário “Tudo é Brasil”, feito a partir do material que Orson Welles conseguiu quando veio filmar aqui na década de 40.
Não sei exatamente o que houve (pretendo descobrir futuramente, se alguém souber da história me diga, plis), mas imagino que fosse alguma mutreta americana com a intenção de descobrir mais sobre o nosso país, politicamente, culturalmente etc. Claro que Orsie ficou encantado com o que viu aqui: ao contrário do que pensavam, aqui não tinha apenas índios e mato, tínhamos pessoas talentosas, criativas, intelectualizadas, e tínhamos também a desigualdade social de sempre. Orsie deve ter amado isso! Mas, como de costume na vida de Welles, tudo indica que boicotaram seu documentário, com o sugestivo título “Tudo é Verdade” (que, pode ser viagem minha ou não, possui certa ligação com a temática do próprio “Kane”), e o que foi feito desapareceu.
Como perdi o início do documentário não posso afirmar com certeza, mas parece que este foi feito a partir do que foi encontrado, e devem ter ainda pedaços perdidos. São vários comentários em áudio, ilustrados por fotos e algumas filmagens da época: Grande Otelo e seus filmes, Carmen Miranda, e o próprio Orson (aliás, parênteses para a voz dele: o que era aquilo?? Se todos os locutores de rádio hoje tivessem a voz dele...). Tem 2 momentos muito legais: Carmen ensinando-o a cantar samba (arriscando um “no tabuleiro da baiana tem...” enrolando a língua); e, ao descrever como era o tamborim nacional, pergunta à :Pequena Notável de que material o instrumento era feito e ela grita “é de couro de gato!!”. Muito engraçado.
Todo beberrão e glutão (quem, eu???) identifica um semelhante na multidão, e claro que tá na cara que Orsie tomou todas por aqui, e várias fotos no meio da galera, feliz da vida, servem como testemunha. Totalmente roquenrou, Orsie gandaia!!
Concluindo, dizem que só damos valor ao que é nosso qdo alguém de fora aparece e te mostra como estás cercado de coisas maravilhosas. Foi o que senti quando “Tudo é Brasil” terminou, como temos maravilhas aqui que não damos a mínima, e um dia será tarde demais para percebermos...
Também conclui que, na minha boêmia reencarnação passada, certamente conheci Orson Welles pelos botecos cariocas e trocamos uns beijos por aí. Agora, meu nome tá mais do que explicado. U-hu!! :oP



No próximo episódio: “Cidadão Kane”, a crítica do DVD especial.




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