sexta-feira, janeiro 30, 2004
CRISE (MUSICAL) DE IDADE
Numa madrugada qualquer no mês passado, fiquei insone e resolvi zapear, e acabei parando no Clássicos MTV. Fiquei assustada ao ver que naquele programa só tinha clipes de bandas dos 80's. Ou seja, as bandas favoritas de minha infância, as quais adorava ouvir nas festinhas do meu irmão mais velho, já tornaram-se coisa de museu. Já diziam os "pirralhos" do Muse, "Time is Running Out"...
Saca só as bandas que apareceram no programa, de repente você sentirá-se velho também... :oP
(As informações aqui colocadas foram tiradas de minha cabeça e/ou imaginação. Se algo estiver errado, plis corrija)
-Oingo Boingo: Outro dia mesmo saiu uma dessas listas de "artistas mais chatos de todos os tempos"(até a semana que vem) e lá tava o nome desta banda americana. Curioso, uma vez que se os 80's foram marcados por bandas "One Hit Wonder",
eles foram dos poucos que conseguiram emplacar uma quantidade razoável de hits. Mas, o que dizer de uma trupe performática/teatral/musical com esse nome e com quase dez integrantes, liderados por um ruivo de cara engraçada que atendia pelo nome de Danny Elfman? A banda acabou lá na metade dos anos 90, quando deixou de lado o "som-de-surfista" e se aventurou por sons mais inspirados em trilhas sonoras e tal. Danny Elfman, creio, está bem: tornou-se um dos compositores mais requisitados,
principalmente no cinema fantástico, criando os temas de alguns filmes de super-heróis ("Spider Man", inclusive), e, especialmente, musicando maioria dos filmes de Tim Burton, (até mesmo o musical em stop-motion "O Estranho Mundo de Jack").
Se ainda não se convenceu de que ele pode ser um cara gente boa, lembre-se de que ele é o criador de um dos últimos grandes temas para desenho animado: O Tema dos Simpsons. Depois dessa, acho que ele tá perdoado por ser um "chato".
Músicas favoritas: Dead Man's Party, Skin, Just Another Day.
-Talking Heads: Do pouco que me lembro deles na mídia na época, eles eram um sucesso de crítica, ao mesmo tempo em que tinham uma legião de fãs ardorosos. Algo que me lembra atualmente o Radiohead que, ironicamente, tirou o
seu nome de uma música dos Talking Heads. Fãs de experimentações, misturavam tudo quanto era gênero, do funk e soul ao punk e ska e música brasileira, mais ainda com um invejável faro pop. Eles também tiveram a sua parcela de responsabilidade na transformação dos video clips em pequenas obras-primas (ó o Radiohead aí de novo), como o de "Road to Nowhere", dirigido pelo líder da banda, David Byrne.
Com o fim da banda, todos iniciaram trabalhos solo: Byrne (guitarra/vocal) continua lançando seus discos de "world music" por aí, e esteve nas pistas recentemente assumindo os vocais do ótimo hit do X-Press 2, "Lazy"; o casal Chris Frantz e Tina Weymouth (respectivamente, bateria e baixo) formaram o agradável Tom Tom Club, que lança discos esporádicos, além de terem sido responsáveis pela pérola "Genius of Love", uma das bases mais legais e mais mal-aproveitadas da história do pop (usada por gente da estirpe de Mariah Carey e Gabriel, o Pensador). Tina também fez parte do Gorillaz, o projeto milionário
que dispensa comentários. Resta o guitarrista Jerry Harrison, que lançou uns discos por aí mas nem sei que fim o levou.
Músicas Favoritas: Psycho Killer, Once in a Lifetime, And She Was, Road to Nowhere, Love for Sale.
-Devo: Eles sempre foram uma banda MUITO interessante, tanto que tenho um CD deles que não me desfaço de jeito nenhum, e muitas vezes me pego ouvindo-o até hoje. Tinham o cinismo dos Talking Heads, misturado com o escracho dos B-52's. Como
um jornalista disse uma vez (lá em 1978), imagine uma banda formada por vários Elvis Costellos tocando como o Who ainda jovem e você terá o Devo. Nerds por excelência, seu nome seria um conceito criado pela própria banda, que acreditava que a humanindade estaria passando por uma fase de "de-evolução", noutras palavras, de regressão moral, intelectual etc. que era bem refletida nas letras espertas, como "Freedom of choice is what you've got/freedom from choice is what you want". Devo era um estilo de vida, que consistia de macacões espaciais como uniforme (que bandas como Man or AstroMan? e Autoramas adotaram), música com experimentações entre o rock e punk com a eletrônica, e toda uma
maneira bem peculiar de se portar nos clips, tanto que nem Madonna chegou à ousadia de colocar uma mulher sendo chicoteada por vários cawboys num video (no caso, de "Whip It") em plenos 80's. Mark Mothersbaugh, guitarra/vocal/líder, hoje em dia também é um compositor requisitado no cinema, fazendo tanto músicas incidentais de filmes e desenhos famosos (como o tema do desenho "Rugrats - Os Anjinhos"), como selecionando músicas bacanas para trilhas de filmes idem ("Aos Treze",
"Os Excêntricos Tenenbaums").
Músicas Favoritas: Jerkin' Back and Forth, Whip It (clááássica), Uncontrollable Urge, Big Mess.
-The B-52's: A minha banda favorita da época, devido às suas características visuais e musicais, que mais lembravam um encontro de David Lynch com John Waters. Eram os primeiros a não se levarem à sério, faziam letras nonsense e misturavam música de sci-fi com Henry Mancini e com roque dos anos 50, num resultado insólito. O primeiro e segundo discos, para mim, são clássicos. E a bateria tatebitate do hit "Legal Tender" auxiliou à explosão do BRock, já que a partir dos remixes das bandas nacionais, feitos com esta bateira no fundo, é que o roque daqui tornou-se dançável, foi parar nas boates, e virou sucesso nacional. Ricky Wilson, guitarrista e um dos principais compositores da banda (o outro era Keith Strickland, baterista), foi um dos primeiros "famosos" a morrer de AIDS, em 1985. Desde então, o som teve uma decaída, principalmente porque Wilson tirava sons particularíssimos de sua guitarra, tocando com apenas quatro cordas. Porém, lançaram "Cosmic Thing" em 1989, que recriava o clima original da banda, com Strickland nas guitarras.
David Byrne, amigo da banda, produziu o EP "Mesopotamia" em 1981. Kate Pierson, uma das vocalistas, aparece cantando no clip de "Shiny Happy People" do R.E.M. (banda da mesma cidade dos B-52's, Athens, Geórgia) e canta em outras canções do álbum Out of Time. Fred Schneider, vocalista, lançou 2 discos solo (que eu saiba). Um ainda na época de ouro dos B's e outro em 1996, que é bem interessante: produzido por Steve Albini, em que ele canta acompanhado das bandas Shadowy Men on a Shadowy Planet, Six Finger Satellite e Deadly Cupcake. Parece bizarro, mas é legal. A outra vocalista, Cindy Wilson, irmã do falecido Ricky, me serviu de inspiração na hora de batizar minha cachorrinha Pinscher, que já tem 10 anos. :oP
Eles também apareceram cantando a música-tema dos Flitstones no primeiro filme da série. Uns 2 anos atrás lançaram uma caixa comemorativa com os hits e músicas remixadas por gente como Moby. E sumiram.
Músicas Favoritas: Strobe Light, Private Idaho, Legal Tender, Rock Lobster, 6060-842, Devil in my Car, Planet Claire, Party out of Bounds, Bushfire, Channel Z.
Então, essas foram algumas das bandas que marcaram a minha infância, e que me fizeram voltar ao tempo enquanto via um programa na TV. Fica o convite de pensar sobre as bandas que marcaram a sua infância e tentar imaginar que fim os levaram.
Numa madrugada qualquer no mês passado, fiquei insone e resolvi zapear, e acabei parando no Clássicos MTV. Fiquei assustada ao ver que naquele programa só tinha clipes de bandas dos 80's. Ou seja, as bandas favoritas de minha infância, as quais adorava ouvir nas festinhas do meu irmão mais velho, já tornaram-se coisa de museu. Já diziam os "pirralhos" do Muse, "Time is Running Out"...
Saca só as bandas que apareceram no programa, de repente você sentirá-se velho também... :oP
(As informações aqui colocadas foram tiradas de minha cabeça e/ou imaginação. Se algo estiver errado, plis corrija)
-Oingo Boingo: Outro dia mesmo saiu uma dessas listas de "artistas mais chatos de todos os tempos"(até a semana que vem) e lá tava o nome desta banda americana. Curioso, uma vez que se os 80's foram marcados por bandas "One Hit Wonder",
eles foram dos poucos que conseguiram emplacar uma quantidade razoável de hits. Mas, o que dizer de uma trupe performática/teatral/musical com esse nome e com quase dez integrantes, liderados por um ruivo de cara engraçada que atendia pelo nome de Danny Elfman? A banda acabou lá na metade dos anos 90, quando deixou de lado o "som-de-surfista" e se aventurou por sons mais inspirados em trilhas sonoras e tal. Danny Elfman, creio, está bem: tornou-se um dos compositores mais requisitados,
principalmente no cinema fantástico, criando os temas de alguns filmes de super-heróis ("Spider Man", inclusive), e, especialmente, musicando maioria dos filmes de Tim Burton, (até mesmo o musical em stop-motion "O Estranho Mundo de Jack").
Se ainda não se convenceu de que ele pode ser um cara gente boa, lembre-se de que ele é o criador de um dos últimos grandes temas para desenho animado: O Tema dos Simpsons. Depois dessa, acho que ele tá perdoado por ser um "chato".
Músicas favoritas: Dead Man's Party, Skin, Just Another Day.
-Talking Heads: Do pouco que me lembro deles na mídia na época, eles eram um sucesso de crítica, ao mesmo tempo em que tinham uma legião de fãs ardorosos. Algo que me lembra atualmente o Radiohead que, ironicamente, tirou o
seu nome de uma música dos Talking Heads. Fãs de experimentações, misturavam tudo quanto era gênero, do funk e soul ao punk e ska e música brasileira, mais ainda com um invejável faro pop. Eles também tiveram a sua parcela de responsabilidade na transformação dos video clips em pequenas obras-primas (ó o Radiohead aí de novo), como o de "Road to Nowhere", dirigido pelo líder da banda, David Byrne.
Com o fim da banda, todos iniciaram trabalhos solo: Byrne (guitarra/vocal) continua lançando seus discos de "world music" por aí, e esteve nas pistas recentemente assumindo os vocais do ótimo hit do X-Press 2, "Lazy"; o casal Chris Frantz e Tina Weymouth (respectivamente, bateria e baixo) formaram o agradável Tom Tom Club, que lança discos esporádicos, além de terem sido responsáveis pela pérola "Genius of Love", uma das bases mais legais e mais mal-aproveitadas da história do pop (usada por gente da estirpe de Mariah Carey e Gabriel, o Pensador). Tina também fez parte do Gorillaz, o projeto milionário
que dispensa comentários. Resta o guitarrista Jerry Harrison, que lançou uns discos por aí mas nem sei que fim o levou.
Músicas Favoritas: Psycho Killer, Once in a Lifetime, And She Was, Road to Nowhere, Love for Sale.
-Devo: Eles sempre foram uma banda MUITO interessante, tanto que tenho um CD deles que não me desfaço de jeito nenhum, e muitas vezes me pego ouvindo-o até hoje. Tinham o cinismo dos Talking Heads, misturado com o escracho dos B-52's. Como
um jornalista disse uma vez (lá em 1978), imagine uma banda formada por vários Elvis Costellos tocando como o Who ainda jovem e você terá o Devo. Nerds por excelência, seu nome seria um conceito criado pela própria banda, que acreditava que a humanindade estaria passando por uma fase de "de-evolução", noutras palavras, de regressão moral, intelectual etc. que era bem refletida nas letras espertas, como "Freedom of choice is what you've got/freedom from choice is what you want". Devo era um estilo de vida, que consistia de macacões espaciais como uniforme (que bandas como Man or AstroMan? e Autoramas adotaram), música com experimentações entre o rock e punk com a eletrônica, e toda uma
maneira bem peculiar de se portar nos clips, tanto que nem Madonna chegou à ousadia de colocar uma mulher sendo chicoteada por vários cawboys num video (no caso, de "Whip It") em plenos 80's. Mark Mothersbaugh, guitarra/vocal/líder, hoje em dia também é um compositor requisitado no cinema, fazendo tanto músicas incidentais de filmes e desenhos famosos (como o tema do desenho "Rugrats - Os Anjinhos"), como selecionando músicas bacanas para trilhas de filmes idem ("Aos Treze",
"Os Excêntricos Tenenbaums").
Músicas Favoritas: Jerkin' Back and Forth, Whip It (clááássica), Uncontrollable Urge, Big Mess.
-The B-52's: A minha banda favorita da época, devido às suas características visuais e musicais, que mais lembravam um encontro de David Lynch com John Waters. Eram os primeiros a não se levarem à sério, faziam letras nonsense e misturavam música de sci-fi com Henry Mancini e com roque dos anos 50, num resultado insólito. O primeiro e segundo discos, para mim, são clássicos. E a bateria tatebitate do hit "Legal Tender" auxiliou à explosão do BRock, já que a partir dos remixes das bandas nacionais, feitos com esta bateira no fundo, é que o roque daqui tornou-se dançável, foi parar nas boates, e virou sucesso nacional. Ricky Wilson, guitarrista e um dos principais compositores da banda (o outro era Keith Strickland, baterista), foi um dos primeiros "famosos" a morrer de AIDS, em 1985. Desde então, o som teve uma decaída, principalmente porque Wilson tirava sons particularíssimos de sua guitarra, tocando com apenas quatro cordas. Porém, lançaram "Cosmic Thing" em 1989, que recriava o clima original da banda, com Strickland nas guitarras.
David Byrne, amigo da banda, produziu o EP "Mesopotamia" em 1981. Kate Pierson, uma das vocalistas, aparece cantando no clip de "Shiny Happy People" do R.E.M. (banda da mesma cidade dos B-52's, Athens, Geórgia) e canta em outras canções do álbum Out of Time. Fred Schneider, vocalista, lançou 2 discos solo (que eu saiba). Um ainda na época de ouro dos B's e outro em 1996, que é bem interessante: produzido por Steve Albini, em que ele canta acompanhado das bandas Shadowy Men on a Shadowy Planet, Six Finger Satellite e Deadly Cupcake. Parece bizarro, mas é legal. A outra vocalista, Cindy Wilson, irmã do falecido Ricky, me serviu de inspiração na hora de batizar minha cachorrinha Pinscher, que já tem 10 anos. :oP
Eles também apareceram cantando a música-tema dos Flitstones no primeiro filme da série. Uns 2 anos atrás lançaram uma caixa comemorativa com os hits e músicas remixadas por gente como Moby. E sumiram.
Músicas Favoritas: Strobe Light, Private Idaho, Legal Tender, Rock Lobster, 6060-842, Devil in my Car, Planet Claire, Party out of Bounds, Bushfire, Channel Z.
Então, essas foram algumas das bandas que marcaram a minha infância, e que me fizeram voltar ao tempo enquanto via um programa na TV. Fica o convite de pensar sobre as bandas que marcaram a sua infância e tentar imaginar que fim os levaram.