quarta-feira, abril 14, 2004
CONFISSÕES DE UMA MENTE MEDROSA
Já venci alguns (poucos, mas...) medos nessa vida. Medo de baratas, por exemplo. Desde criança tinha horror à elas, mas, num belo dia (digo, noite), as cirsunstâncias me fizeram ter a coragem necessária para matar a primeira. Isso foi há uns 5 anos atrás. Hoje em dia, vejo uma e corro, animada em meter-lhe o pezão. Mas, claro, ainda levo um sustinho básico quando ela surge, e tenho aquele nojo de sempre ao vê-la depois, com as tripas de fora.
Se bem que, segundo o Patrão, meus "sustos" são a coisa menos assustada do mundo, aquele "Ai!" bem sem graça, sem gritos histéricos, nem nada...
Mas tenho um medo que está difícil de ser vencido: o de finalmente dirigir decentemente. É um mistério, apesar de acreditar que Freud certamente teria uma boa explicação para isso. Também tenho minhas teorias acerca disto, claro, mas confesso que são todas meio loucas e não valem a pena serem discutidas aqui. Pelo menos agora.
Então, aos fatos: quando comecei a auto-escola, em 1999, era tudo ótimo, eu adorava! Passava cruzamentos sofríveis
numa boa, quer dizer, com um medinho mas nada alarmante. Fiz pouquíssimas aulas e já fazia uma baliza razoável quando fiz a prova para ter a minha habilitação. Deixei o carro morrerno meio da avaliação, mas não fui reprovada pois não excedi meu número de faltas durante o percurso. Consegui minha carteira provisória. Isso há 4 anos, um ano após eu ter perdido o medo de baratas... :o))
Certo dia, estava indo para a faculdade, com o Ford Escort preto bonitão da mamãe. Estava na Dr. Nelson de Sá Earp quando aconteceu, acredito, o marco zero do meu acovardamento. Em frente ao Capitólio, havia um grande caminhão de entregas estacionado, e, numa rua de mão dupla, um carro vinha na direção oposta. E eu, morrendo de medo de frear rapidamente e o carro morrer ali no meio de uma das ruas mais movimentadas de Petró (sim, naquela hora do dia, era sempre um inferno aquilo ali...). O jeito foi desviar do caminhão, mas aí eu acertava o carro, então eu não desviei muito, só o que minha noção de dimensão achava necessário.
E como minha noção de dimensão não é lá essas coisas, acabei raspando toda a lateral direita do Escort bonitão da mamãe no caminhão, fazendo aquele barulho insuportável, tipo o de unha-no-quadro-negro, sabe? além, claro, de acabar com aquele lado todim do carro.
Fiquei horrorizada. Desde então, penso duas vezes antes de pegar num automóvel. Mas até que tenho boas desculpas para não dirigir:
1) A Gasolina está cara e eu não tenho dinheiro;
2) Se eu bater o carro (toc, toc, toc), será necessário dinheiro para que este seja consertado, e eu não tenho. Então, teria
que pedir aos pobres dos pais para resolverem o pepino. E isso eu não quero;
3) Ao menos uma coisa boa de ser estudante é ter o direito (??) de pagar meia passagem aqui na cidade. Ainda bem, pois a passagem está R$1.50. Absuuuuurdo!!! Mas não me preocupo com a gasolina e nem com lugar para estacionar. Mas tenho que sair mais cedo de casa...
4) Vivo pegando carona, e normalmente meus estágios e coisas para fazer são no centro da cidade, relativamente perto de casa. Ou seja, é até ecologicamente correto, senão seria mais um carro com apenas uma pessoa dentro poluindo a cidade e contribuindo para o trânsito catastrófico que está dominando a cidade.
5) Eu tinha outras desculpas, mas no momento me esqueci... :oP
Na verdade, nunca tive muita sorte com esses... "meios de transporte". Não sei andar de bicicleta - quer dizer, sei andar
com rodinhas, patético para alguém com 23 anos na fuça - mas até que isso nunca me fez falta, uma vez que sou aversa à exercícios.
Comecei a aprender a andar de skate aos 14 anos e ia tudo às mil maravilhas, até o dia em que tive a ilumidada idéia de
roubar o skate do irmão e andar dentro de casa, enquanto estavam todos fora. A roda do skate prendeu num tapete e fui ao chão. Meus pais me encontraram já na cama, gemendo, com um trapo besuntado de Calminex
amarrado de qualquer jeito no pé direito. Isso porque eles perderam a parte em que eu tive que me arrastar até o banheiro para fazer o curativo e voltar rastejando até o meu quarto. Ridículo. E por isso mesmo, jurei a mim mesma que "nunca mais sentiria dor novamente" com esses, hum, "esportes". Aliás, vale ressaltar que, de ficar de cama devido à quedas e luxações, eu sou diplomada... Deve ser por isso que sou meio inquieta com essas coisas...
E não adianta tentar conversar a respeito, é algo inexplicável. Podem dizer que preciso praticar para perder o medo, senão é como uma bola de neve e ficarei cada vez mais com medo. Sei que este argumento faz o total sentido e concordo com ele, mas pouco me importo. E se acontecer uma emergência e que precise que eu dirija? Dá-se um jeito, nem que seja chamar um taxi - certamente ele andará mais rápido e com mais segurança que eu, o que é necessário num caso de emergência.
Já vi que até existem processos terapêuticos para pessoas com medo de dirigir, mas acho tudo isso muito estranho.
Pra piorar, alguns tempos atrás andei sofrendo uns estranhos casos até hoje nunca explicados de desmaios. Já pensou se desmaio dirigindo? Prefiro nem imaginar... principalmente porque atropelar alguém, e principalmente um animal, são os meus piores pesadelos em relação ao trânsito.
Porém, nem tudo está perdido. Dizem que ao expor o medo, adquire-se a coragem inicial para querer vencê-lo. Quem sabe esse é o primeiro passo? Aliás, minha carteira perde a validade em quatro meses, será que alguém se habilita a me ensinar a dirigir de novo? :oP
Já venci alguns (poucos, mas...) medos nessa vida. Medo de baratas, por exemplo. Desde criança tinha horror à elas, mas, num belo dia (digo, noite), as cirsunstâncias me fizeram ter a coragem necessária para matar a primeira. Isso foi há uns 5 anos atrás. Hoje em dia, vejo uma e corro, animada em meter-lhe o pezão. Mas, claro, ainda levo um sustinho básico quando ela surge, e tenho aquele nojo de sempre ao vê-la depois, com as tripas de fora.
Se bem que, segundo o Patrão, meus "sustos" são a coisa menos assustada do mundo, aquele "Ai!" bem sem graça, sem gritos histéricos, nem nada...
Mas tenho um medo que está difícil de ser vencido: o de finalmente dirigir decentemente. É um mistério, apesar de acreditar que Freud certamente teria uma boa explicação para isso. Também tenho minhas teorias acerca disto, claro, mas confesso que são todas meio loucas e não valem a pena serem discutidas aqui. Pelo menos agora.
Então, aos fatos: quando comecei a auto-escola, em 1999, era tudo ótimo, eu adorava! Passava cruzamentos sofríveis
numa boa, quer dizer, com um medinho mas nada alarmante. Fiz pouquíssimas aulas e já fazia uma baliza razoável quando fiz a prova para ter a minha habilitação. Deixei o carro morrerno meio da avaliação, mas não fui reprovada pois não excedi meu número de faltas durante o percurso. Consegui minha carteira provisória. Isso há 4 anos, um ano após eu ter perdido o medo de baratas... :o))
Certo dia, estava indo para a faculdade, com o Ford Escort preto bonitão da mamãe. Estava na Dr. Nelson de Sá Earp quando aconteceu, acredito, o marco zero do meu acovardamento. Em frente ao Capitólio, havia um grande caminhão de entregas estacionado, e, numa rua de mão dupla, um carro vinha na direção oposta. E eu, morrendo de medo de frear rapidamente e o carro morrer ali no meio de uma das ruas mais movimentadas de Petró (sim, naquela hora do dia, era sempre um inferno aquilo ali...). O jeito foi desviar do caminhão, mas aí eu acertava o carro, então eu não desviei muito, só o que minha noção de dimensão achava necessário.
E como minha noção de dimensão não é lá essas coisas, acabei raspando toda a lateral direita do Escort bonitão da mamãe no caminhão, fazendo aquele barulho insuportável, tipo o de unha-no-quadro-negro, sabe? além, claro, de acabar com aquele lado todim do carro.
Fiquei horrorizada. Desde então, penso duas vezes antes de pegar num automóvel. Mas até que tenho boas desculpas para não dirigir:
1) A Gasolina está cara e eu não tenho dinheiro;
2) Se eu bater o carro (toc, toc, toc), será necessário dinheiro para que este seja consertado, e eu não tenho. Então, teria
que pedir aos pobres dos pais para resolverem o pepino. E isso eu não quero;
3) Ao menos uma coisa boa de ser estudante é ter o direito (??) de pagar meia passagem aqui na cidade. Ainda bem, pois a passagem está R$1.50. Absuuuuurdo!!! Mas não me preocupo com a gasolina e nem com lugar para estacionar. Mas tenho que sair mais cedo de casa...
4) Vivo pegando carona, e normalmente meus estágios e coisas para fazer são no centro da cidade, relativamente perto de casa. Ou seja, é até ecologicamente correto, senão seria mais um carro com apenas uma pessoa dentro poluindo a cidade e contribuindo para o trânsito catastrófico que está dominando a cidade.
5) Eu tinha outras desculpas, mas no momento me esqueci... :oP
Na verdade, nunca tive muita sorte com esses... "meios de transporte". Não sei andar de bicicleta - quer dizer, sei andar
com rodinhas, patético para alguém com 23 anos na fuça - mas até que isso nunca me fez falta, uma vez que sou aversa à exercícios.
Comecei a aprender a andar de skate aos 14 anos e ia tudo às mil maravilhas, até o dia em que tive a ilumidada idéia de
roubar o skate do irmão e andar dentro de casa, enquanto estavam todos fora. A roda do skate prendeu num tapete e fui ao chão. Meus pais me encontraram já na cama, gemendo, com um trapo besuntado de Calminex
amarrado de qualquer jeito no pé direito. Isso porque eles perderam a parte em que eu tive que me arrastar até o banheiro para fazer o curativo e voltar rastejando até o meu quarto. Ridículo. E por isso mesmo, jurei a mim mesma que "nunca mais sentiria dor novamente" com esses, hum, "esportes". Aliás, vale ressaltar que, de ficar de cama devido à quedas e luxações, eu sou diplomada... Deve ser por isso que sou meio inquieta com essas coisas...
E não adianta tentar conversar a respeito, é algo inexplicável. Podem dizer que preciso praticar para perder o medo, senão é como uma bola de neve e ficarei cada vez mais com medo. Sei que este argumento faz o total sentido e concordo com ele, mas pouco me importo. E se acontecer uma emergência e que precise que eu dirija? Dá-se um jeito, nem que seja chamar um taxi - certamente ele andará mais rápido e com mais segurança que eu, o que é necessário num caso de emergência.
Já vi que até existem processos terapêuticos para pessoas com medo de dirigir, mas acho tudo isso muito estranho.
Pra piorar, alguns tempos atrás andei sofrendo uns estranhos casos até hoje nunca explicados de desmaios. Já pensou se desmaio dirigindo? Prefiro nem imaginar... principalmente porque atropelar alguém, e principalmente um animal, são os meus piores pesadelos em relação ao trânsito.
Porém, nem tudo está perdido. Dizem que ao expor o medo, adquire-se a coragem inicial para querer vencê-lo. Quem sabe esse é o primeiro passo? Aliás, minha carteira perde a validade em quatro meses, será que alguém se habilita a me ensinar a dirigir de novo? :oP