sábado, maio 22, 2004
A VIDA É CHEIA DE SOM E FÚRIA
ou
Eu Acredito no Sr. Grieves
Acho que o meu maior pecado (ou virtude, depende do gosto) em relação do mundo pop é o fato de nunca ter dado muita bola para Kurt Cobain e o Nirvana. Até reconheço que eles tinham algumas pérolas (sou fã de "In Bloom" e de outros hits esquecidos e/ou abafados por "Smells like Teen Spirit"), além de hoje em dia gostar muito do Dave Grohl. Mas digo que tinha bons motivos para quase deixá-los passar em brancas nuvens por minha furiosa juventude.
Naqueles dias, descobrira o que então estava para se tornar a base do new metal (odeio o termo, e o "nu metal" mais ainda) atual, ouvindo escondida de meu irmão um CD que ele
tinha acabado de comprar: o "Angel Dust", do Faith No More; e comprei com meu falecido irmão (o outro) o picture disc limitado que marcava a estréia da "outra banda de Mike Patton", o até hoje indecifrável e ótimo Mr. Bungle.
Esses sim traziam, em minha opinião, algo realmente novo para o roque, enfim.
Até mesmo porque o Nirvana me remetia muito à outra banda muito melhor que eu tinha descoberto pouco tempo antes, mas que tinha me pego de vez. E, assim como muitos já me fizeram esta pergunta em relação ao Nirvana, repito-a aqui em relação a esta outra banda:
É possível alguém NÃO gostar dos Pixies???
Acho que só não gosta deles que não os conhece. O primeiro CD que comprei deles, o incrível "Doolittle", de 1989, pode se dar ao luxo de ser um dos CDs mais detonados por uso de toda a minha coleção (juntamente com o "Parklife" e o
"Great Escape" do... Blur), sendo que sou MUITO cuidadosa com meus discos e acho que nem chegam a dez o número de discos meus detonados por excessivo manuseio. Já na primeira música, "Debaser", todos os meus fios de cabelos ficaram em pé - e até hoje ficam quando ouço essa música. Resumindo, este disco é perfeito; e olha que todos os discos deles são MUITO bons.
Mas o que essa maldita banda tem para ser tão boa? Ela tem o seu lado experimental, mas com faro altamente pop; é doce sem nunca perder o peso; influencia-se na surf music e roque nos '60s para mostrar que se pode fazer música atemporal - o primeiro "full-length" dos Pixies, "Surfer Rosa", é de 1988 e não perde seu vigor, sendo mais atual que muita banda muderna. Além de ter "Break my Body" (uma de minhas favoritas), "Gigantic" (cantada por Kim) e "Where is my Mind?", atualmente mais conhecida como a canção final do filme "Clube da Luta".
Além de ter sido A banda que me animou de vez em querer aprender a tocar contrabaixo, influência da maravilhosa Kim Deal, que mostrou ser possível ser cool sem fazer gêneros - de ninfeta, femme fatale ou qualquer outro em voga em bandas de mulheres - ou se masculinizar. E, para acabar, temos a figura mítica de Black Francis (a.k.a Frank Black), que está no topo da minha lista de "Caras que melhor gritam no Roque". Não dá pra explicar, só ouvindo: o cara grita e range os dentes que é uma beleza. E já que elogiei metade da banda, vou falar logo de todos: Joey Santiago e David Lovering,
guitarra e bateria respectivamente, são músicos excelentes, que obviamente tiveram a sua contribuição para que os Pixies sejam o que são. Mas, para mim, Kim e Francis são os que tiveram maior responsabilidade pela sonoridade da banda. Som e fúria, feitos por marmanjos eternamente adolescentes!
Enfim, eles eram/são arrasadores.
E, apesar de Kim gravar com as Breeders (que também é muito bom), e Francis virar Frank e gravar vários discos solo e com os Catholics (que conheço pouco, confesso), os Pixies faziam falta, muita falta.
Infelizmente, não pude ir ao xou-retorno deles em Curitiba. E nem quis me empolgar muito pq, além de não ter $$$, temo estar ficando velha para estes tipos de perrengue (espero que não, mas sabe cuméquié). O que importa é que eles estão de volta, independente de ser um retorno caça-níquel ou não, nem me importo. O que até então parecia impossível, que eles voltassem, aconteceu. O resto é lucro - para nós, fãs, principalmente; para a música em geral; e para eles, pq eles não são de ferro.
Então, todas as vezes que ouço Nirvana, é impossível não me lembrar das palavras de Cobain, que dizia ter se inspirado nos Pixies para compor sua música de maior sucesso. E agradecer a Deus por eles não serem como Kurt e continuarem na ativa, lendas... porém bem vivas!
Nessas horas é que vejo que tudo é possível no mundo pop. Sejam bem-vindos de volta, estávamos com saudades!...
ou
Eu Acredito no Sr. Grieves
Acho que o meu maior pecado (ou virtude, depende do gosto) em relação do mundo pop é o fato de nunca ter dado muita bola para Kurt Cobain e o Nirvana. Até reconheço que eles tinham algumas pérolas (sou fã de "In Bloom" e de outros hits esquecidos e/ou abafados por "Smells like Teen Spirit"), além de hoje em dia gostar muito do Dave Grohl. Mas digo que tinha bons motivos para quase deixá-los passar em brancas nuvens por minha furiosa juventude.
Naqueles dias, descobrira o que então estava para se tornar a base do new metal (odeio o termo, e o "nu metal" mais ainda) atual, ouvindo escondida de meu irmão um CD que ele
tinha acabado de comprar: o "Angel Dust", do Faith No More; e comprei com meu falecido irmão (o outro) o picture disc limitado que marcava a estréia da "outra banda de Mike Patton", o até hoje indecifrável e ótimo Mr. Bungle.
Esses sim traziam, em minha opinião, algo realmente novo para o roque, enfim.
Até mesmo porque o Nirvana me remetia muito à outra banda muito melhor que eu tinha descoberto pouco tempo antes, mas que tinha me pego de vez. E, assim como muitos já me fizeram esta pergunta em relação ao Nirvana, repito-a aqui em relação a esta outra banda:
É possível alguém NÃO gostar dos Pixies???
Acho que só não gosta deles que não os conhece. O primeiro CD que comprei deles, o incrível "Doolittle", de 1989, pode se dar ao luxo de ser um dos CDs mais detonados por uso de toda a minha coleção (juntamente com o "Parklife" e o
"Great Escape" do... Blur), sendo que sou MUITO cuidadosa com meus discos e acho que nem chegam a dez o número de discos meus detonados por excessivo manuseio. Já na primeira música, "Debaser", todos os meus fios de cabelos ficaram em pé - e até hoje ficam quando ouço essa música. Resumindo, este disco é perfeito; e olha que todos os discos deles são MUITO bons.
Mas o que essa maldita banda tem para ser tão boa? Ela tem o seu lado experimental, mas com faro altamente pop; é doce sem nunca perder o peso; influencia-se na surf music e roque nos '60s para mostrar que se pode fazer música atemporal - o primeiro "full-length" dos Pixies, "Surfer Rosa", é de 1988 e não perde seu vigor, sendo mais atual que muita banda muderna. Além de ter "Break my Body" (uma de minhas favoritas), "Gigantic" (cantada por Kim) e "Where is my Mind?", atualmente mais conhecida como a canção final do filme "Clube da Luta".
Além de ter sido A banda que me animou de vez em querer aprender a tocar contrabaixo, influência da maravilhosa Kim Deal, que mostrou ser possível ser cool sem fazer gêneros - de ninfeta, femme fatale ou qualquer outro em voga em bandas de mulheres - ou se masculinizar. E, para acabar, temos a figura mítica de Black Francis (a.k.a Frank Black), que está no topo da minha lista de "Caras que melhor gritam no Roque". Não dá pra explicar, só ouvindo: o cara grita e range os dentes que é uma beleza. E já que elogiei metade da banda, vou falar logo de todos: Joey Santiago e David Lovering,
guitarra e bateria respectivamente, são músicos excelentes, que obviamente tiveram a sua contribuição para que os Pixies sejam o que são. Mas, para mim, Kim e Francis são os que tiveram maior responsabilidade pela sonoridade da banda. Som e fúria, feitos por marmanjos eternamente adolescentes!
Enfim, eles eram/são arrasadores.
E, apesar de Kim gravar com as Breeders (que também é muito bom), e Francis virar Frank e gravar vários discos solo e com os Catholics (que conheço pouco, confesso), os Pixies faziam falta, muita falta.
Infelizmente, não pude ir ao xou-retorno deles em Curitiba. E nem quis me empolgar muito pq, além de não ter $$$, temo estar ficando velha para estes tipos de perrengue (espero que não, mas sabe cuméquié). O que importa é que eles estão de volta, independente de ser um retorno caça-níquel ou não, nem me importo. O que até então parecia impossível, que eles voltassem, aconteceu. O resto é lucro - para nós, fãs, principalmente; para a música em geral; e para eles, pq eles não são de ferro.
Então, todas as vezes que ouço Nirvana, é impossível não me lembrar das palavras de Cobain, que dizia ter se inspirado nos Pixies para compor sua música de maior sucesso. E agradecer a Deus por eles não serem como Kurt e continuarem na ativa, lendas... porém bem vivas!
Nessas horas é que vejo que tudo é possível no mundo pop. Sejam bem-vindos de volta, estávamos com saudades!...