quarta-feira, junho 16, 2004
DIA DOS NAMORADOS RETRÔ
ou "ODE AOS SMASHING PUMPKINS"
Nossa, esse último dia 12/06 foi muito curioso. Principalmente porque a maioria dos eventos deste dia fizeram menção à uma (grande e "chata") banda: os Smashing Pumpkins. Para onde se olhava, tinha Pumpkins - no ar, no som, nas roupas, e até na net (num post do Daniel)! Os motivos, até agora, me são misteriosos...
*Dividirei o post em duas partes para explicar melhor o espírito da coisa: (o post é grande mas compensa, hehehe)*
PARTE 1: Minha história com os Smashing Pumpkins
Começarei com a minha história com os Pumpkins: lembro-me de lá em 1994 (nossa, já se passou uma DÉCADA!!!), o CD "Siamese Dream" me perseguia, sempre que parava numa loja de discos. Eu o olhava, ele olhava para mim, mas eu nunca que o comprava, nem me lembro o porquê. Mas eu adorava aquela capa, e, para quem não sabe, já me apaixonei por muita banda pela capa do CD (Blur, Portishead, Pulp... todos eles eu comprei pela capa e não me decepcionei com o conteúdo).
Outro CD deles que eu adorava a capa e que quase-comprei-mas-acabei-não-comprando foi o single de "1979" (aquele look ABBA deles era tudo). Mas, sem net, sem MTV e sem rádios que tocassem músicas realmente boas (a Fluminense tinha acabado de bater as botas), eu nunca tinha ouvido nenhuma música deles, ainda.
Janeiro, 1996. No Rio, na casa de minha tia, tinha TV a cabo e eu podia ver MTV, foi qdo vi pela primeira vez o clip de "Bullet with Butterfly Wings", e amei vê-los naquelas roupas prateadas no meio daquele caos - mesmo pq sempre adorei roupas prateadas, me identifiquei na hora. Era época do também falecido Hollywood Rock, em que eles vieram ao Brasil.
Pois eu e mamãe fomos ao primeiro dia de shows do Hollywood Rock!
Eu queria ver o Supergrass (que eu achava legal, mas que hoje reconheço que eles eram bobagem comparado aos ótimos CDs que lançaram depois de "Alright") e o The Cure; e minha mãe iria aturar (com ótimo humor) várias horas de música desconhecida para ver Robert Smith, por quem era apaixonada. Mas confesso que morria de curiosidade de ver o xou dos SP - ainda mais pq o fã clube deles lá no Sambódromo era grande! E logo que eles entraram, minhas orelhas ficaram em pé. E fiquei arrepiada. E certamente fiquei boquiaberta e com os olhos arregalados, numa careta patética. Foi uma entrada inesquecível para mim. Nooooooossa!...
Mas, o que é bom dura pouco, e aquele vocalista de calças prateadas começou a exagerar nos solos e tal e naquele calor, e sem lugar pra sentar, tudo realmente começou a ficar muito chato. Se bem que, lá tinha um baterista que se tornaria o meu favorito de todos os tempos, Jimmy Chamberlin.
Segundo semestre, 1996 (não posso especificar mais o mês, pq de 1996 pra frente é furacão - muita história para contar num espaço tão pequeno). Meu namorado aparece com o "Mellon Collie and the Infinite Sadness" debaixo do braço, emprestado, para me mostrar. No dia seguinte, se não me engano, já estava atrás do CD para mim. Amor à primeira ouvida. Desde então, "Mellon Collie" foi trilha sonora de muitos e grandes e ótimos momentos (a dois) em minha vida. Juntamente com o blue album do Weezer, "MC" era "o nosso disco", sempre associado a nós dois e a nossos conturbados, curiosos, inconsequentes e muitas vezes engraçados últimos dias de adolescência.
O tempo passou, os Pumpkins voltaram ao Brasil num xou que axei xato (hehehe, não resisti), com solos demais, poses demais - e sem Jimmy. Aliás, só o fato de não ter Chamberlin (despedido da banda, na época, por "Livin' la Vida Loca":oP), me deixara
com implicância com a banda. Enfim...
Quando eles voltaram circa 2000 (e com Jimmy de volta - mesmo gordo e reabilitado ainda era ótimo!), também nunca me esquecerei da nossa reação ao ouvirmos pela primeira vez os primeiros acordes de "The Everlasting Gaze" (qdo o clip foi lançado na MTV). Ficamos boquiabertos, com a cara de "Meu Deus, quem está tocando???", quando surgiu na tela a legenda com o nome da banda. Então nos entreolhamos com a cara "Ah, são eles, tinha que ser...".
Engraçado, como vou me lembrando de coisas enquanto escrevo aqui, coisas que achei que nem me lembraria mais, ou que achei que não chegaria a esquecer... :o))
E a banda acabou, mas os discos ficaram, e como marcaram. Assim como suas figuras, como cada integrante era estranhamente carismático, ao mesmo tempo em que tinham a fama de serem pessoas insuportáveis! De repente eles até eram gente fina, mas não importa: eles eram insuportáveis e é assim que os conhecemos. Cansativos no palco, malas fora dele, e fantásticos e maravilhosos dentro do estúdio - e no som do carro, do quarto, no discman, e nos videos. Talvez aí estivesse a graça da banda.
PARTE 2: Por que este post?
Acho que todo casal passa por isso: se um disco é o "nosso disco", o resto que se exploda! Se foi um sucesso de crítica, de público, ou se o principal compositor é um psciano atormentado careca como o Lex Luthor, não importa - o que importa é que ele é NOSSO, ele musicou NOSSOS momentos, e de mais ninguém. Já devem ter percebido que adoro me "adonar" das bandas de que gosto, por favor, não reparem minha neurose.
Então, no 9° Dia dos Namorados que passamos juntos, resolvi dar esse clássico para o Patrão de presente. Porque é um CD tão importante que só eu o ter não é o bastante, ele tinha que ter uma cópia original também - isso além de outros fatores que também conspiraram a favor do presente.
E ele ganha o presente.
Dia dos Namorados. Chuvosa e fria, a charmosa noite outonal petropolitana. E é dia de Roque!! No Bar do Buzum!! Quer dizer, o bar não é mais "do Buzum", infelizmente. Mas, para nós, ele sempre será o dono legítimo deste antro de malucos de Petró. A banda, mais um projeto-relâmpago que surge (Mano, Buzum, Igor, Paulinho e Dudu) com uma premissa honorável: "esta será a noite-para-cortar-os-pulsos" (nas palavras de um dos integrantes). Antes de sairmos, o Patrão pega um arco de cabelo com chifrinhos que pegamos emprestado e o coloca - lembro-me de D'arcy, que lá nos últimos xous dos Pumpkins ostentava dois chifrinhos na cabeça como marca registrada.
Vamos para o local do xou, ouvindo "Mellon Collie", CD1, no carro. Comentários são inevitáveis: "essa é maravilhosa!", "essa é linda!" etc.
Chegamos lá, damos de cara com um velho amigo usando uma camisa com a... capa de "Mellon Collie" estampada! Mano aparece para cantar, com calça do avesso, mostrando a face prateada do jeans (eu tb tenho uma calça prateada até hj, em homenagem à Corgan), e cobrindo totalmente os olhos com sombra azul cobalto - que os Pumpkins usavam de montão, assim como outro amigo nosso, Sr. Michael Stipe (R.E.M.).
Dentre vários "misery hits", eis que Mano esbraveja a clássica frase: "Love is Suicide" e então começam a tocar "Bodies", uma de minhas favoritas da banda, em um dos momentos mais "animados" do xou. :o))
Para ser mais retrô, só faltava eu beber e beber como fazia nos velhos tempos (não bebi uma gota de álcool, acredite!), sem falar "noutras cositas" - quem sabe num próximo, mas no momento estou bem assim...
No geral, mais um xou para os autos da cidade.
Fim de noite, eu, Patrão, Igor e João no carro indo embora, ao som de "Bullet with Butterfly Wings", com a chuva apertando e a madrugada a cada minuto mais fria. Eles cantarolavam e eu muda. Flashbacks o tempo todo, ao descermos a Marechal Hermes, ao
passarmos pela funerária, ao rodarmos a cidade, ao rever tantos velhos conhecidos (estava com saudades de muitos!), e tudo ao som deste disco, que já ouvi tanto, até decorar cada acorde, cada "barulhinho" e que ainda assim não perde seu encanto. E será que tantas lembranças voltaram agora só por causa desse disco???
Podia ser tudo da minha cabeça, ou mera coincidência - mas estava tudo muito abóbora pro
meu gosto neste Dia dos Namorados...
ou "ODE AOS SMASHING PUMPKINS"
Nossa, esse último dia 12/06 foi muito curioso. Principalmente porque a maioria dos eventos deste dia fizeram menção à uma (grande e "chata") banda: os Smashing Pumpkins. Para onde se olhava, tinha Pumpkins - no ar, no som, nas roupas, e até na net (num post do Daniel)! Os motivos, até agora, me são misteriosos...
*Dividirei o post em duas partes para explicar melhor o espírito da coisa: (o post é grande mas compensa, hehehe)*
PARTE 1: Minha história com os Smashing Pumpkins
Começarei com a minha história com os Pumpkins: lembro-me de lá em 1994 (nossa, já se passou uma DÉCADA!!!), o CD "Siamese Dream" me perseguia, sempre que parava numa loja de discos. Eu o olhava, ele olhava para mim, mas eu nunca que o comprava, nem me lembro o porquê. Mas eu adorava aquela capa, e, para quem não sabe, já me apaixonei por muita banda pela capa do CD (Blur, Portishead, Pulp... todos eles eu comprei pela capa e não me decepcionei com o conteúdo).
Outro CD deles que eu adorava a capa e que quase-comprei-mas-acabei-não-comprando foi o single de "1979" (aquele look ABBA deles era tudo). Mas, sem net, sem MTV e sem rádios que tocassem músicas realmente boas (a Fluminense tinha acabado de bater as botas), eu nunca tinha ouvido nenhuma música deles, ainda.
Janeiro, 1996. No Rio, na casa de minha tia, tinha TV a cabo e eu podia ver MTV, foi qdo vi pela primeira vez o clip de "Bullet with Butterfly Wings", e amei vê-los naquelas roupas prateadas no meio daquele caos - mesmo pq sempre adorei roupas prateadas, me identifiquei na hora. Era época do também falecido Hollywood Rock, em que eles vieram ao Brasil.
Pois eu e mamãe fomos ao primeiro dia de shows do Hollywood Rock!
Eu queria ver o Supergrass (que eu achava legal, mas que hoje reconheço que eles eram bobagem comparado aos ótimos CDs que lançaram depois de "Alright") e o The Cure; e minha mãe iria aturar (com ótimo humor) várias horas de música desconhecida para ver Robert Smith, por quem era apaixonada. Mas confesso que morria de curiosidade de ver o xou dos SP - ainda mais pq o fã clube deles lá no Sambódromo era grande! E logo que eles entraram, minhas orelhas ficaram em pé. E fiquei arrepiada. E certamente fiquei boquiaberta e com os olhos arregalados, numa careta patética. Foi uma entrada inesquecível para mim. Nooooooossa!...
Mas, o que é bom dura pouco, e aquele vocalista de calças prateadas começou a exagerar nos solos e tal e naquele calor, e sem lugar pra sentar, tudo realmente começou a ficar muito chato. Se bem que, lá tinha um baterista que se tornaria o meu favorito de todos os tempos, Jimmy Chamberlin.
Segundo semestre, 1996 (não posso especificar mais o mês, pq de 1996 pra frente é furacão - muita história para contar num espaço tão pequeno). Meu namorado aparece com o "Mellon Collie and the Infinite Sadness" debaixo do braço, emprestado, para me mostrar. No dia seguinte, se não me engano, já estava atrás do CD para mim. Amor à primeira ouvida. Desde então, "Mellon Collie" foi trilha sonora de muitos e grandes e ótimos momentos (a dois) em minha vida. Juntamente com o blue album do Weezer, "MC" era "o nosso disco", sempre associado a nós dois e a nossos conturbados, curiosos, inconsequentes e muitas vezes engraçados últimos dias de adolescência.
O tempo passou, os Pumpkins voltaram ao Brasil num xou que axei xato (hehehe, não resisti), com solos demais, poses demais - e sem Jimmy. Aliás, só o fato de não ter Chamberlin (despedido da banda, na época, por "Livin' la Vida Loca":oP), me deixara
com implicância com a banda. Enfim...
Quando eles voltaram circa 2000 (e com Jimmy de volta - mesmo gordo e reabilitado ainda era ótimo!), também nunca me esquecerei da nossa reação ao ouvirmos pela primeira vez os primeiros acordes de "The Everlasting Gaze" (qdo o clip foi lançado na MTV). Ficamos boquiabertos, com a cara de "Meu Deus, quem está tocando???", quando surgiu na tela a legenda com o nome da banda. Então nos entreolhamos com a cara "Ah, são eles, tinha que ser...".
Engraçado, como vou me lembrando de coisas enquanto escrevo aqui, coisas que achei que nem me lembraria mais, ou que achei que não chegaria a esquecer... :o))
E a banda acabou, mas os discos ficaram, e como marcaram. Assim como suas figuras, como cada integrante era estranhamente carismático, ao mesmo tempo em que tinham a fama de serem pessoas insuportáveis! De repente eles até eram gente fina, mas não importa: eles eram insuportáveis e é assim que os conhecemos. Cansativos no palco, malas fora dele, e fantásticos e maravilhosos dentro do estúdio - e no som do carro, do quarto, no discman, e nos videos. Talvez aí estivesse a graça da banda.
PARTE 2: Por que este post?
Acho que todo casal passa por isso: se um disco é o "nosso disco", o resto que se exploda! Se foi um sucesso de crítica, de público, ou se o principal compositor é um psciano atormentado careca como o Lex Luthor, não importa - o que importa é que ele é NOSSO, ele musicou NOSSOS momentos, e de mais ninguém. Já devem ter percebido que adoro me "adonar" das bandas de que gosto, por favor, não reparem minha neurose.
Então, no 9° Dia dos Namorados que passamos juntos, resolvi dar esse clássico para o Patrão de presente. Porque é um CD tão importante que só eu o ter não é o bastante, ele tinha que ter uma cópia original também - isso além de outros fatores que também conspiraram a favor do presente.
E ele ganha o presente.
Dia dos Namorados. Chuvosa e fria, a charmosa noite outonal petropolitana. E é dia de Roque!! No Bar do Buzum!! Quer dizer, o bar não é mais "do Buzum", infelizmente. Mas, para nós, ele sempre será o dono legítimo deste antro de malucos de Petró. A banda, mais um projeto-relâmpago que surge (Mano, Buzum, Igor, Paulinho e Dudu) com uma premissa honorável: "esta será a noite-para-cortar-os-pulsos" (nas palavras de um dos integrantes). Antes de sairmos, o Patrão pega um arco de cabelo com chifrinhos que pegamos emprestado e o coloca - lembro-me de D'arcy, que lá nos últimos xous dos Pumpkins ostentava dois chifrinhos na cabeça como marca registrada.
Vamos para o local do xou, ouvindo "Mellon Collie", CD1, no carro. Comentários são inevitáveis: "essa é maravilhosa!", "essa é linda!" etc.
Chegamos lá, damos de cara com um velho amigo usando uma camisa com a... capa de "Mellon Collie" estampada! Mano aparece para cantar, com calça do avesso, mostrando a face prateada do jeans (eu tb tenho uma calça prateada até hj, em homenagem à Corgan), e cobrindo totalmente os olhos com sombra azul cobalto - que os Pumpkins usavam de montão, assim como outro amigo nosso, Sr. Michael Stipe (R.E.M.).
Dentre vários "misery hits", eis que Mano esbraveja a clássica frase: "Love is Suicide" e então começam a tocar "Bodies", uma de minhas favoritas da banda, em um dos momentos mais "animados" do xou. :o))
Para ser mais retrô, só faltava eu beber e beber como fazia nos velhos tempos (não bebi uma gota de álcool, acredite!), sem falar "noutras cositas" - quem sabe num próximo, mas no momento estou bem assim...
No geral, mais um xou para os autos da cidade.
Fim de noite, eu, Patrão, Igor e João no carro indo embora, ao som de "Bullet with Butterfly Wings", com a chuva apertando e a madrugada a cada minuto mais fria. Eles cantarolavam e eu muda. Flashbacks o tempo todo, ao descermos a Marechal Hermes, ao
passarmos pela funerária, ao rodarmos a cidade, ao rever tantos velhos conhecidos (estava com saudades de muitos!), e tudo ao som deste disco, que já ouvi tanto, até decorar cada acorde, cada "barulhinho" e que ainda assim não perde seu encanto. E será que tantas lembranças voltaram agora só por causa desse disco???
Podia ser tudo da minha cabeça, ou mera coincidência - mas estava tudo muito abóbora pro
meu gosto neste Dia dos Namorados...