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quinta-feira, outubro 14, 2004

FESTIVAL (NERD) DE CINEMA DO RIO, cap.I - só sci-fi.

Fahrenheit 451, de François Truffaut.
("Ler pra quê? Seja homem, fume!!")

Pois é, antes de conseguir comprar o livro, acabei vendo o filme, o que achava até então mais impossível ainda - apesar de achar que o Telecine nos áureos tempos chegou a passá-lo algumas vezes e eu sempre queria vê-lo, mas acabava que não o via.
Também, seria a primeira vez que veria um filme do Truffaut - ou seja, fiquei com medo, muito medo.
O nome, que influenciou Michael Moore a batizar seu último filme, seria a temperatura na qual um livro começa a pegar fogo. Já soube por aí que o filme tem algumas diferenças em relação ao livro de Ray Bradbury, e já li muita gente malhando o filme - mas acho que todos estão carecas de saber que filme é filme e livro é livro e um nunca será fiel ao outro.

Trata-se da história de (Guy) Montag, um bombeiro que leva a sua vidinha, tem uma esposa que não lhe dá a mínima e mora numa casa futu-retrô de que gostei muito. Só que os "firemen" do futuro, ao contrário dos nossos, criam incêndios, e para um propósito terrível: queimar livros, então proibidos. Às vésperas de finalmente ganhar sua esperada promoção, Montag conhece uma moça (tanto esta como a própria esposa dele são interpretadas por Julie Christie) que acaba incitando-o a descobrir o que está escrito nestes grandes vilões da vida moderna. A partir daí, ele começa a achar a vida mais interessante cercado de livros que da esposa e da televisão, e começa a questionar o sistema que seguiu por tanto tempo.

Como qualquer tipo de filme do gênero que me agrada, ele é ingênuo em certos aspectos, e engraçado em alguns, e patético em outros. Tem uns lances interessantes (usar para a identificação fotos de pessoas de costas foi genial, mas não vou contar o pq disso), dá as cutucadas básicas em feridas, mas não vi pretensão alguma - se a teve algum dia, se perdeu com o passar do tempo. E ainda pode encarar este como mais um exemplo do filme homem-conhece-mulher-e-ela-vira-sua-vida-de-cabeça-para-baixo, o que não deixa de ser romântico, já que a partir daí ele passará por poucas e boas até a redenção e o reencontro com esta, mas de forma "não-romântica".

Fora isso tudo, achei um filme bonito de se ver. Créditos falados apenas, o vermelho (e todas as outras cores) em techicolor (não adianta, fica uma coloração diferente, sempre cinematográfica), a música dramática de Bernard Herrmann (indescritível, tô procurando os temas desse filme até agora, sem sucesso), tudo isso já nos primeiros minutos de filme me deixou impressionada.Tipo da experiência que só se tem no cinema. E daí que não é fiel ao livro? :oP



Prefiro aqueles pôsteres vintage, mas como não achei nenhum no tamanho para colocar aqui, vai esse mesmo...



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