sexta-feira, dezembro 16, 2005
E não é que eles vieram?

"39.999 against 1"
(o post sobre o show do Pearl Jam)
Não há mais o que se adicionar ao que já foi dito sobre o evento "Pearl Jam no Brasil", ainda mais escrito por alguém que não é fã, mas que também está longe de ser imparcial. Mas sou teimosa. Gosto de escrever. E este post é dedicado a uma certa pessoa, e not for... you?? hehe.
Como já disse váááárias vezes e deixo registrado aqui, eu tinha o que chamava de "as 3 verdades absolutas da minha vida", a seguir:
1- Pink Floyd nunca virá ao Brasil
2- Radiohead nunca virá ao Brasil
3- Pearl Jam nunca VIRIA ao Brasil
Os motivos pelos quais estes nunca visitariam nossa Pátria Amada não são relevantes, são mais teorias da conspiração de minha criativa cabeça. Mesmo assim, perto destes, um retorno dos Pixies, um show low profile do Weezer e duas vindas do Sonic Youth pareciam moleza de acontecer aqui. Claro, se qualquer uma das "bandas-verdade-absoluta" resolvessem dar as caras por aqui, seria o tipo de evento que não dá para perder - mesmo eu sendo praticamente uma analfabeta de Pink Floyd; preferindo a fase The Bends-Ok Computer do Radiohead; e, sobre o Pearl Jam... hum...
Conheço o Pearl Jam por osmose. É a banda favorita do Patrão. Era uma das bandas favoritas de meu falecido irmão. É a banda favorita de amigos. Até minha mãe é fã do PJ! Assim, fica impossível não saber alguma coisa a respeito deles. Mas, admito, só passei no "Intensivão" da banda de Dudu Vedder e comparsas devido à presença deles por aqui.
Nunca fui chegada às bandas de Seattle, como alguns sabem. Mas, depois que ouvi "Tremor Christ" e o disco de onde esta veio, o "Vitology" (1994), é que comecei a nutrir uma certa simpatia pela banda. E só cheguei a esta música com o "auxílio externo" de irmão, namorado, amigos. De outra forma, não consigo imaginar como eu poderia estabelecer um vínculo com eles. Revistas? Eles não dão entrevistas. MTV? Eu mal a vejo. E eles não lançam clipes numa frequência, digamos, convencional. Rádio? Eu não ouço - e também, só tocam "Jeremy" e "Alive"... e, cá entre nós, "Tremor Christ" não é melhor?...
Por outro lado, provavelmente estas atitudes "aparentemente excêntricas" do Pearl Jam é que aumentaram a minha admiração por eles. Não é qualquer banda que se pode dar ao luxo de ter tal controle sobre sua obra sem se vender de forma apelativa e descarada e manter uma legião crescente de fãs apaixonados. Era divertido saber que a "cara" do PJ, Vedder, dava entrevistas
vestindo máscara de monstro para não banalizar sua imagem, por exemplo. Teve um tempo em que pessoas matavam ou morriam por um CD pirata de shows deles - mesmo porque nessa época, conseguir ver um de seus shows era a Glória. Quem já viu o episódio "Springfield Files", dos Simpsons satirizando "Arquivo X" sabe =)
Não conheço nenhuma outra banda que tenha lançado turnês inteiras em CD para combater a pirataria e ainda ganhar com isso (aliás, ge-ni-al). Tem gente que pode dizer que é hipocrisia da banda, pois ao mesmo tempo em que "fogem so sucesso", se utilizam de outros artifícios para se manter no topo. Só acho que as essas pessoas levam o Pearl Jam mais a sério do que eles mesmos. Então, o problema é delas.
Tá, tá... mas e o show? Sim, o show teve ares de culto, naquele dia ensolarado na Apoteose. Teve Eddie Vedder falando português, envolto numa canga com a imagem de nossa bandeira, bebendo muito vinho e tocando ukelele (obrigada, B. Araujo). O guitar Mike McCready apareceu de casaco Fred Perry, óculos e Fender Telecaster, me lembrando Graham Coxon (as pessoas usam as referências que têm, não? E Graham não é uma má referência, haha). Stone Gossard, meu integrante favorito (sim, tenho um "pearl jam favorito"), cantou uma música e eu fiquei feliz (e eu conhecia a música! mas não me pergunte o nome). Mudhoney (que fez um bom show de abertura, apesar de eu ser leiga sobre a banda de Mark Arm, as well) subiu no palco para tocar "Kick out the Jams" do MC5 com eles. E fecharam o show, depois de bisar duas vezes, com a soberba "Baba O'Riley", do The Who (*lágrimas*). Sem maiores macaquices juvenis (tiveram os pulinhos que tanto gostamos, claro), sem poses descoladas, sem pirotecnias, e ainda assim um show excelente, emocionado e emocionante. Mostraram um setlist assustadoramente repleto de hits (se não me engano, só não identifiquei UMA música, num show com cerca de duas horas e meia de duração), e, como bem disse a Bibs, eles foram cruéis com os fãs, tocando tantos hinos seguidos que teve muita gente que não sabia se cantava, se chorava, ou os dois . Mais uma vez, não é qualquer um que pode fazer vários shows com setlists diferentes e mesmo assim
repletos de hits (sabem que aqui não me refiro a hits no sentido depreciativo, né?). Mas também, não é pra qualquer um lançar mais de 90 discos no mercado, não?... ;)
Certas coisas poucas bandas novatas têm, e outras não a adquirem nem com experiência: carisma. O Pearl Jam tinha a platéia na mão, com gosto. Só quem viu muitos milhares de braços para cima em "Black" sabe do que estou falando. Era assustador. Eles passaram no teste: correndo na linha tênue que separa o mainstream da esquisitice, criaram uma carreira baseada em canções impressionantes e ao mesmo tempo pop ("sabem que aqui não me refiro..., né?") . E se revelaram ao vivo uma banda sem grandes firulas e por isso mesmo fascinante.
Quem não foi, perdeu. Mais um show histórico para o currículo. Saí do show achando-os a banda mais legal do mundo.
Palavra de não-fã.

"39.999 against 1"
(o post sobre o show do Pearl Jam)
Não há mais o que se adicionar ao que já foi dito sobre o evento "Pearl Jam no Brasil", ainda mais escrito por alguém que não é fã, mas que também está longe de ser imparcial. Mas sou teimosa. Gosto de escrever. E este post é dedicado a uma certa pessoa, e not for... you?? hehe.
Como já disse váááárias vezes e deixo registrado aqui, eu tinha o que chamava de "as 3 verdades absolutas da minha vida", a seguir:
1- Pink Floyd nunca virá ao Brasil
2- Radiohead nunca virá ao Brasil
3- Pearl Jam nunca VIRIA ao Brasil
Os motivos pelos quais estes nunca visitariam nossa Pátria Amada não são relevantes, são mais teorias da conspiração de minha criativa cabeça. Mesmo assim, perto destes, um retorno dos Pixies, um show low profile do Weezer e duas vindas do Sonic Youth pareciam moleza de acontecer aqui. Claro, se qualquer uma das "bandas-verdade-absoluta" resolvessem dar as caras por aqui, seria o tipo de evento que não dá para perder - mesmo eu sendo praticamente uma analfabeta de Pink Floyd; preferindo a fase The Bends-Ok Computer do Radiohead; e, sobre o Pearl Jam... hum...
Conheço o Pearl Jam por osmose. É a banda favorita do Patrão. Era uma das bandas favoritas de meu falecido irmão. É a banda favorita de amigos. Até minha mãe é fã do PJ! Assim, fica impossível não saber alguma coisa a respeito deles. Mas, admito, só passei no "Intensivão" da banda de Dudu Vedder e comparsas devido à presença deles por aqui.
Nunca fui chegada às bandas de Seattle, como alguns sabem. Mas, depois que ouvi "Tremor Christ" e o disco de onde esta veio, o "Vitology" (1994), é que comecei a nutrir uma certa simpatia pela banda. E só cheguei a esta música com o "auxílio externo" de irmão, namorado, amigos. De outra forma, não consigo imaginar como eu poderia estabelecer um vínculo com eles. Revistas? Eles não dão entrevistas. MTV? Eu mal a vejo. E eles não lançam clipes numa frequência, digamos, convencional. Rádio? Eu não ouço - e também, só tocam "Jeremy" e "Alive"... e, cá entre nós, "Tremor Christ" não é melhor?...
Por outro lado, provavelmente estas atitudes "aparentemente excêntricas" do Pearl Jam é que aumentaram a minha admiração por eles. Não é qualquer banda que se pode dar ao luxo de ter tal controle sobre sua obra sem se vender de forma apelativa e descarada e manter uma legião crescente de fãs apaixonados. Era divertido saber que a "cara" do PJ, Vedder, dava entrevistas
vestindo máscara de monstro para não banalizar sua imagem, por exemplo. Teve um tempo em que pessoas matavam ou morriam por um CD pirata de shows deles - mesmo porque nessa época, conseguir ver um de seus shows era a Glória. Quem já viu o episódio "Springfield Files", dos Simpsons satirizando "Arquivo X" sabe =)
Não conheço nenhuma outra banda que tenha lançado turnês inteiras em CD para combater a pirataria e ainda ganhar com isso (aliás, ge-ni-al). Tem gente que pode dizer que é hipocrisia da banda, pois ao mesmo tempo em que "fogem so sucesso", se utilizam de outros artifícios para se manter no topo. Só acho que as essas pessoas levam o Pearl Jam mais a sério do que eles mesmos. Então, o problema é delas.
Tá, tá... mas e o show? Sim, o show teve ares de culto, naquele dia ensolarado na Apoteose. Teve Eddie Vedder falando português, envolto numa canga com a imagem de nossa bandeira, bebendo muito vinho e tocando ukelele (obrigada, B. Araujo). O guitar Mike McCready apareceu de casaco Fred Perry, óculos e Fender Telecaster, me lembrando Graham Coxon (as pessoas usam as referências que têm, não? E Graham não é uma má referência, haha). Stone Gossard, meu integrante favorito (sim, tenho um "pearl jam favorito"), cantou uma música e eu fiquei feliz (e eu conhecia a música! mas não me pergunte o nome). Mudhoney (que fez um bom show de abertura, apesar de eu ser leiga sobre a banda de Mark Arm, as well) subiu no palco para tocar "Kick out the Jams" do MC5 com eles. E fecharam o show, depois de bisar duas vezes, com a soberba "Baba O'Riley", do The Who (*lágrimas*). Sem maiores macaquices juvenis (tiveram os pulinhos que tanto gostamos, claro), sem poses descoladas, sem pirotecnias, e ainda assim um show excelente, emocionado e emocionante. Mostraram um setlist assustadoramente repleto de hits (se não me engano, só não identifiquei UMA música, num show com cerca de duas horas e meia de duração), e, como bem disse a Bibs, eles foram cruéis com os fãs, tocando tantos hinos seguidos que teve muita gente que não sabia se cantava, se chorava, ou os dois . Mais uma vez, não é qualquer um que pode fazer vários shows com setlists diferentes e mesmo assim
repletos de hits (sabem que aqui não me refiro a hits no sentido depreciativo, né?). Mas também, não é pra qualquer um lançar mais de 90 discos no mercado, não?... ;)
Certas coisas poucas bandas novatas têm, e outras não a adquirem nem com experiência: carisma. O Pearl Jam tinha a platéia na mão, com gosto. Só quem viu muitos milhares de braços para cima em "Black" sabe do que estou falando. Era assustador. Eles passaram no teste: correndo na linha tênue que separa o mainstream da esquisitice, criaram uma carreira baseada em canções impressionantes e ao mesmo tempo pop ("sabem que aqui não me refiro..., né?") . E se revelaram ao vivo uma banda sem grandes firulas e por isso mesmo fascinante.
Quem não foi, perdeu. Mais um show histórico para o currículo. Saí do show achando-os a banda mais legal do mundo.
Palavra de não-fã.