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segunda-feira, abril 10, 2006

Mais considerações sobre o britpop

A notícia é velha, mas... a Bizz do mês passado - Oasis na capa - faz uma retrospectiva interessante sobre o que foi o britpop,
a tal "cena britânica" que surgiu como contrapartida à dominação mundial que foi o grunge. Relembremos que ambas tiveram sua
duração beeeem curta - por mais que os desavisados continuem insistindo em suas existências até hoje.

Mais engraçado é ler, vamos lá, uma década depois a Bizz dando um espacinho ao britpop. Quando este estava à toda na Britânia
(1993-1995, má o meno) era difícil achar qualquer revista brasileira falando à respeito. Na verdade, me lembro de uma notinha
(tenho todas estas guardadas até hoje) sobre o Blur estar em alta na Europa; uma outra notinha sobre as brigas entre eles e
Oasis; lembro das resenhas de "Parklife" e "The Great Escape" (falando que ambos eram muito mais ou menos); e uma retrospectiva
falando a respeito das bandas que eram famosas lá fora e que não vingaram aqui ("e que já iam tarde", tava na Bizz, hahaha):
Blur, Ride, Lush etc. Sobre o Oasis, como bem sabemos, é uma banda bem-sucedida e seria no mínimo burrice eles não darem o
crédito. Mas aí já era tarde demais e eu não lia mais a revista. =D

Será que na época eles estavam muito ocupados tentando saber o que seria do grunge após Cobain morrer? Será que era jabá para
promover as bandas americanas? Será que as consideradas bandas do britpop são ruins desde sempre e os críticos já sabiam disso
antes da gente? Se bem que, se elas fossem realmente ruins, eles não se dariam ao trabalho de falar a respeito delas dez anos
depois.

Uma coisa é fato: o britpop veio comendo pelas beradas, acho que por isso eles nunca imaginariam que até hoje estas bandas
agregariam fãs.

Um lance interessante e que merece menção aqui foi que a reportagem fez questão de dizer que o britpop começou com um cara
(o Sr. Albarn) que queria apenas resgatar o orgulho britânico pelo rock e pop de suas lendárias bandas que estavam esquecidas
pela juventude que só queria saber de bandas norte-americanas. Logo os jornalistas (são jornalistas, e ingleses, lembrem-se)
quiseram colocar num saco de gatos várias bandas que surgiram na época (e que não tinham nada em comum, exceto as brigas de
ego), fazendo do britpop um "movimento", uma "cena", whatevah! Claro que não tinha como durar, e já em 1996/1997 as principais bandas
do brit - Blur, Oasis e Pulp, amém - já estavam fazendo discos que pouco tinham a ver com essa proposta inicial. Mesmo porque,
esta proposta acabou sendo "empurrada goela abaixo" das bandas pela imprensa. Como disse antes, nenhuma das bandas tinham
propostas em comum desde o início.

Só pra lembrar: nessa época, Blur lançava o "Blur", disco influenciado pelo rock alternativo norte-americano (que Albarn
antes criticava), Oasis lançava o fraco (em minha humilde opinião) "Be here now", e o Pulp lançava
o belo-mas-deprê-e-esquisito "This is Hardcore". Em 1997 aparecia no Brasil a segunda geração dos brits que fizeram certo
sucesso por aqui: The Verve e Cornershop. Depois, a terceira geração, com Travis e Coldplay. A quarta, The Coral, the Music,
Doves. E por aí vai...

Mas aí, o britpop, se realmente existiu, já tinha morrido faz tempo. Isso aí, crianças, o sonho acabou!
Uma banda britânica que faz rock ou pop, como o nome diz, é uma banda brit e pop. Mas não é britpop, sacaram?

Britpop (* circa 1993 - + circa 1996). Viveu pouco, mas fez a diferença. Como disse o Patrão outro dia, o que transforma a obra em
arte é a posteridade. A Bizz aprendeu.

=D

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