sexta-feira, outubro 06, 2006
BRIDGET JONES
Ao som de: ah, acho que todo mundo já sabe o que eu tenho ouvido essa semana. Tô enchendo o saco de todos por causa disso...
Para quem ainda não sabe, passei a semana passada sofrendo com uma visita do tal rotavírus. Logo no dia em que fiquei dodói, fui a um certo local que já sou freguesa para almoçar. O restaurante fica numa galeria em frente ao meu trabalho. Não poderia ser mais perto, ainda mais quando se está passando mal e você não quer ficar andando por aí.
Lá, encontrei, do outro lado do restaurante, duas conhecidas que acenavam para mim. Trocamos alguns gestos - elas perguntando como eu estava, e eu tentando dizer que não estava passando bem, apontando para a barriga e para a cabeça e fazendo caretas. E assim nos falamos e nos entendemos e tudo estava bem.
Na segunda-feira e rotavírus-free, voltei a almoçar no mesmo lugar. Estou eu, bem sossegada lendo meu livro sobre filosofia e super-heróis (logo num capítulo em que dizia que, antigamente, os autores criavam as histórias mais idiotas para justificar um antagonismo - no caso, usavam a "origem" do ódio de Lex Luthor pelo Superman, uma história ridícula que dizia que Luthor queria aniquilar o Super porque certo dia este interrompeu um experimento que acabou gerando a falta de cabelo do primeiro. Tá, a história tá bem mal-contada aqui, mas é meramente ilustrativa. Assim vemos que os antagonismos surgem das formas mais idiotas, como veremos a seguir), quando surge na minha frente uma senhora grandalhona me olhando feio. Fala em voz alta para todo mundo ouvir que eu era uma mal educada de ficar debochando da cara dela
na frente das minhas amigas na semana anterior. Não entendi lhufas. Então, ela explicou: "vc ficou apontando para a cabeça, dizendo para suas amigas que eu sou louca, só porque quando você acenou com a mão eu acenei de volta para você". A mulher estava sentada numa mesa próxima a de minhas conhecidas, e quando eu tinha acenado ela achou que eu estivesse falando com ela. Só que, obviamente, eu nem a vi acenando para mim. E eu, que apontava para a cabeça dizendo que não estava bem, fui interpretada pela senhora como se eu estivesse dizendo à minhas conhecidas que ela era doida só porque acenou para alguém que não conhecia. Eu ainda tentei me explicar e pedir desculpas, só que, como toda pessoa com problemas (é batata: qualquer pessoa que diga "eu não sou louca!!!" é das mais perturbadas), ela saiu gritando
restaurante afora e nem me deixou dizer nada.
Quando eu terminei de almoçar, um rapaz do restaurante me pediu desculpas e queria saber o que aconteceu. Expliquei a ele e ele mais uma vez pediu desculpas, todo bonzinho, dizendo para eu não relevar porque aquela senhora era meio encrequeira mesmo. Para evitar a fadiga (e também por não saber ainda como lidar com essa situação, aceito sugestões), eu não tinha voltado ao restaurante desde então, mesmo porque a senhora em questão também é cliente assídua. Hoje, após recusarem trocar dinheiro para mim em dois lugares, acabei indo lá. Quem trocou o dinheiro para mim foi o mesmo rapaz bonzinho, todo solícito.
Voltei para o trabalho com o dinheiro trocado para a minha - como chamo carinhosamente - chefa. E comentei, já que ela já sabia da minha história com a minha mais nova "inimiga", que quem finalmente trocou o dinheiro para mim foi o tal rapaz. Brinquei, dizendo que ele fora meu defensor e tal. Mais tarde, ele aparece do lado de fora da galeria rapidamente. Comento com a chefa, e aponto em direção ao próprio, para mostrar a ela de quem estava falando (muito bem, aliás). Só que, nesse exato segundo em que resolvi apontar o dedo, ele olhou em nossa direção. E então entrou na galeria e eu não o vi mais.
No mínino, agora ele acha que eu TAMBÉM estava debochando dele. É só o que me falta.
Para isso servem as camisas de força: impedir que braços bobos como o meu façam idiotices como essa. Será que volto lá amanhã??
Ao som de: ah, acho que todo mundo já sabe o que eu tenho ouvido essa semana. Tô enchendo o saco de todos por causa disso...
Para quem ainda não sabe, passei a semana passada sofrendo com uma visita do tal rotavírus. Logo no dia em que fiquei dodói, fui a um certo local que já sou freguesa para almoçar. O restaurante fica numa galeria em frente ao meu trabalho. Não poderia ser mais perto, ainda mais quando se está passando mal e você não quer ficar andando por aí.
Lá, encontrei, do outro lado do restaurante, duas conhecidas que acenavam para mim. Trocamos alguns gestos - elas perguntando como eu estava, e eu tentando dizer que não estava passando bem, apontando para a barriga e para a cabeça e fazendo caretas. E assim nos falamos e nos entendemos e tudo estava bem.
Na segunda-feira e rotavírus-free, voltei a almoçar no mesmo lugar. Estou eu, bem sossegada lendo meu livro sobre filosofia e super-heróis (logo num capítulo em que dizia que, antigamente, os autores criavam as histórias mais idiotas para justificar um antagonismo - no caso, usavam a "origem" do ódio de Lex Luthor pelo Superman, uma história ridícula que dizia que Luthor queria aniquilar o Super porque certo dia este interrompeu um experimento que acabou gerando a falta de cabelo do primeiro. Tá, a história tá bem mal-contada aqui, mas é meramente ilustrativa. Assim vemos que os antagonismos surgem das formas mais idiotas, como veremos a seguir), quando surge na minha frente uma senhora grandalhona me olhando feio. Fala em voz alta para todo mundo ouvir que eu era uma mal educada de ficar debochando da cara dela
na frente das minhas amigas na semana anterior. Não entendi lhufas. Então, ela explicou: "vc ficou apontando para a cabeça, dizendo para suas amigas que eu sou louca, só porque quando você acenou com a mão eu acenei de volta para você". A mulher estava sentada numa mesa próxima a de minhas conhecidas, e quando eu tinha acenado ela achou que eu estivesse falando com ela. Só que, obviamente, eu nem a vi acenando para mim. E eu, que apontava para a cabeça dizendo que não estava bem, fui interpretada pela senhora como se eu estivesse dizendo à minhas conhecidas que ela era doida só porque acenou para alguém que não conhecia. Eu ainda tentei me explicar e pedir desculpas, só que, como toda pessoa com problemas (é batata: qualquer pessoa que diga "eu não sou louca!!!" é das mais perturbadas), ela saiu gritando
restaurante afora e nem me deixou dizer nada.
Quando eu terminei de almoçar, um rapaz do restaurante me pediu desculpas e queria saber o que aconteceu. Expliquei a ele e ele mais uma vez pediu desculpas, todo bonzinho, dizendo para eu não relevar porque aquela senhora era meio encrequeira mesmo. Para evitar a fadiga (e também por não saber ainda como lidar com essa situação, aceito sugestões), eu não tinha voltado ao restaurante desde então, mesmo porque a senhora em questão também é cliente assídua. Hoje, após recusarem trocar dinheiro para mim em dois lugares, acabei indo lá. Quem trocou o dinheiro para mim foi o mesmo rapaz bonzinho, todo solícito.
Voltei para o trabalho com o dinheiro trocado para a minha - como chamo carinhosamente - chefa. E comentei, já que ela já sabia da minha história com a minha mais nova "inimiga", que quem finalmente trocou o dinheiro para mim foi o tal rapaz. Brinquei, dizendo que ele fora meu defensor e tal. Mais tarde, ele aparece do lado de fora da galeria rapidamente. Comento com a chefa, e aponto em direção ao próprio, para mostrar a ela de quem estava falando (muito bem, aliás). Só que, nesse exato segundo em que resolvi apontar o dedo, ele olhou em nossa direção. E então entrou na galeria e eu não o vi mais.
No mínino, agora ele acha que eu TAMBÉM estava debochando dele. É só o que me falta.
Para isso servem as camisas de força: impedir que braços bobos como o meu façam idiotices como essa. Será que volto lá amanhã??