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quinta-feira, outubro 12, 2006


Da série dos posts atrasados que um dia acabam sendo publicados...

E LÁ VAMOS NÓS DE NOVO!!!

Ao som de todas as músicas do Broken Social Scene que a Lilinha me passou!! o/

O POP, ESSE INCOMPREENDIDO.

Dizem que o rock é o errado, o renegado. Que dizer então da música pop, subestimada, descartável, na maioria das vezes má vista tanto pelo pessoal do rock como pela maioria do resto dos mortais? A associação com algo eternamente juvenil (algo que, por mais que tentemos nunca conseguiremos ser) parece que sempre será um problema, mas nada que não se resolva com a sagacidade de certas bandas. Deve ser por isso então que fico tão feliz quando descubro algo novo e divertido no mundo pop para animar meu dia-a-dia.

A primeira vez que ouvi falar do Ok Go foi semanas atrás, quando um amigo por quem tenho grande apreço devido ao seu bom gosto musical (ele não tem medo de gostar de
música pop, ele tem medo é de música ruim) me deixou o link para ver esse clipe ("A million ways") no youtube. Com uma conexão capenga, normalmente eu não me empolgo para ver
essas coisas. Mas, não sei o que me deu naquele dia (falta do que fazer, provavelmente, e muita paciência), talvez o comentário que ele colocou logo embaixo do link, algo como "seriam esses os próximos Hives??", acabou que eu resolvi ver do que se tratava. A referência à banda sueca me fez acreditar que estaria prestes a assistir a um clipe tosco de uma banda com a sonoridade que unisse rock 'n' roll clássico com punk, típica desta. Claro que eu estava errada.

Alguns minutos depois e talvez, hum.. uns segundos de download do clipe em questão, foram o bastante para eu perceber o que meu amigo queria dizer. Com levada disco (PRECISO aprender a tocar o baixo dessa música, é fato. Só não me pergunte como), letra cínica, vocal afetado e clipe de câmera estática filmando os 4 integrantes dançando uma coreografia
inacreditavelmente bem ensaiada, o Ok Go mostrou e eu gostei: não foi uma revelação, não mudou a minha vida, não salvou o roquenrou - mas é divertido pra c******!

Desde então, foi o procedimento de praxe da recém-fã. Vi alguns clipes ( e revi "A Million Ways" outras tantas milhões de vezes, tanto que virou assunto de post aqui), contei para
os amigos, para o namorado, espalhei a notícia. E nem tinha ouvido os CDs ainda!
É aí que a sincronicidade age. Na semana seguinte a que eu vi o clipe, sai num jornal uma notícia sobre o quarteto ter roubado as atenções no Video Music Awards da MTV, ao reproduzir
ao vivo a coreografia que eles fizeram para outro clipe, "Here it goes again", em esteiras
(que não eram as do Jamiroquai). Esse clipe até me deu vontade de entrar numa academia, só
para vestir um terninho e ir brincar de ser um Ok Go dançando nas esteiras! Tudo bem que a matéria nem era exatamente sobre a banda, e mais sobre a surpresa de ter um clipe pobrico
de uma banda nerdíssima chamar mais a atenção da garotada que os clipes megalomaníacos dos rappers ou os clichês do "rock" atual.

É aí que a coisa pega. O mundo está perparado para o Ok Go e outras bandas do gênero que estão surgindo por aí?

Li uma resenha sobre o primeiro CD deles, de 2002, em que eles eram descritos como uma estranha mistura de Backstreet Boys, com Hanson e Weezer! E, por mais estranho que seja, não está muito longe da proposta da banda: são caras que fazem dancinhas, têm um alto apelo pop, mas que têm algo de estranho também. É o famoso e difícil de se achar "algo mais" que certas bandas têm - ou então que um público (eu e você estamos incluídos aqui) com necessidades projeta nessas bandas, vai saber?

Agora, você que está lendo isso, ficaria interessado em saber como é esse monstro formado pelas três bandas acima?? Provavelmente não. Por quê? Talvez porque esteja formando sua identidade musical (ou até já a tenha formado), e só queira saber de bandas desconhecidas e/ou recomendadas pelos "críticos especializados" por morrer de medo de errar, de achar que um dia poderá ter uma recaída e começar a ouvir música ruim, sei lá.

Qual é o público-alvo deles? A garotada ouve rap, metal, qualquer coisa que condiza com seu comportamento - revolta, inadequação - e powerpop não se encaixa muito bem nessa categoria. Os vinte-e-poucos-anos, muito cínicos, já se acham donos da verdade (digo por experiência própria, hahaha) e vão pensar: "lá vem mais um clone do Weezer e congêneres", mesmo porque eles não são (ainda?) arty-cool como um Franz Ferdinand. E até o público que gosta de música pop, ou está acostumando a ouvir uma música altamente pasteurizada, ou então já está desanimado com a música pop graças à sua pasteurização (que sempre existiu, diga-se de passagem para os "nostálgicos de plantão").

Nessa mesma resenha, o crítico diz que se o OK Go seguisse um caminho mais alternativo, seria uma banda sensacional. Mas que, por enquanto, preferiu seguir o "caminho mais fácil" e mais pop - mas que, se esse é o plano deles de dominação mundial, talvez até possa dar certo afinal.

Eu, humildemente, acho que eles escolheram foi o caminho mais difícil.
Mas, não é nada que eles, sagazes e desavergonhados que são, não consigam tirar de letra!







Ah, sim! Ok Go são 4: Damian Kulash, o vocalista/guitarrista; Tim Nordwind, o baixista/vocalista; Dan Konopka, o baterista (meu Deus, só sobrenome complicado!); e Andy Ross, o novo guitarrista, que atualiza o blog da banda com o auxílio de seus colegas de trabalho, juntamente com o Robô Imaginário Jorge! Eles têm 2 CDs: o primeiro, "Ok Go", de 2002, tem pérolas como "You're so Damn Hot" (que é tão The Rentals que até a voz de Damian tá parecida com a de Matt Sharp, porém, melhorada), e "Don't Ask Me" - as outras músicas eu ainda não decorei, mas NÃO são ruins de jeito nenhum! O segundo, saiu ano passado e se chama "Oh No" (nome mais Devo, não?), produzido por Tore Johansson (produtor do début do Franz Ferdinand e de tudo o que os Cardigans fizeram na vida) e são 13 músicas encantadoras. Não tem uma ruim. Sério!! Acreditem no Tore...

site oficial: www.okgo.net

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