terça-feira, julho 22, 2008
UAU!
(o post sobre "Dark Knight")

Sempre nutri um carinho maior pela DC Comics que pela Marvel – e a culpa disso, claro, são Superman e Batman que, apesar de anos e mais anos de histórias ruins (o que não deixa de ser agradável, economizei muito $$$ nos últimos anos ao parar de me dedicar à coleção de gibis, hihihi), ainda não perderam seu lugar como ícones maiores das histórias em quadrinhos. Para mim, por mais que surjam outros nomes que queiram “renovar” o gênero, sempre haverá um ranço de “você pode ser tudo, mas nunca será um Superman (no caso dos heróis com poderes) ou um Batman (no caso dos heróis de carne-e-osso)”. E vai ter que ralar muito para barrar a longevidade desses. E é isso aí.
No caso do kryptoniano, sou até mais fã de sua “máscara” de Clark Kent, o adorável repórter nerd e atrapalhado do Planeta Diário que de sua real face como Superman. Em se tratando do Batman, eu sou muito, mas muito suspeita de falar qualquer coisa. Antes mesmo de me reconhecer como uma fã declarada, eu já acompanhava o Homem-Morcego da forma que podia e nem sabia exatamente o porquê. Lá em 1989, quando seu primeiro filme saiu (e eu assisti na estréia), um amiguinho cujo pai trabalhava na editora que publicava os heróis DC no Brasil na época me deu várias revistas do Batman, porque meu irmão não as queria. Uma delas era “Batman Ano Um”, de Frank Miller – que aceitei na hora por se tratar de um gibi escrito pelo tal autor que tinha acabado de conhecer e adorado por causa de “Elektra Assassina”, mencionada 2 posts atrás.
Com meu gosto por quadrinhos, hum, “maturando”, acabei me deparando com “Cavaleiro das Trevas”, uma das maiores obras (também de Miller) sobre o maior detetive do mundo. Encontrar um significant other também fanático pelo mundo de Gotham parecia inevitável no fim das contas. Desde então, meu gosto pelo personagem é de uma admiração cada vez maior. E fiquei mais exigente: dos filmes antigos, hoje eu acho todos eles pífios (por incrível que pareça, o “menos ruim” é "Batman – o Retorno", o do Pingüim e da Mulher-Gato), enquanto que já assisti a “Batman Begins” mais de 15 vezes (um recorde para mim) e não me canso de revê-lo.
Mas, antes de gostar tanto do Batman, havia o Coringa.
O Coringa é o meu personagem de quadrinhos favoritos há muito tempo. Talvez seja O meu personagem favorito de todos os tempos. É uma adoração que também não sei de onde veio, mas que provavelmente tem a ver com o fato de ele ser um louco sagaz, altamente persuasivo, que nunca perde o humor (mesmo que doentio) e ainda assim tem um notável senso de estilo (terno roxo é lindo e não é pra qualquer um, já falei). Eu acho invejável, mesmo porque eu sei que NUNCA teria coragem de fazer um terço do que ele é capaz (ainda bem, devo deixar claro). Enfim, uma relação de atração e de medo, muito medo. Freud explica.
E, sendo meu personagem favorito, sempre tive um ciuminho por ele. Sempre achei que ele nunca recebeu uma interpretação digna no cinema e na série de TV (nos desenhos animados, ainda vai) - o que era um absurdo, já que se trata de um dos personagens mais fascinantes já criados. Tá bom, tá bom, quando Jerry Robinson o criou ele não era assim tão maluco, e reconheço que essa imagem que tenho dele deve-se à leitura que fiz dos gibis certos, mas, e daí?
Daí é que finalmente a imagem do Coringa que eu sempre gostei finalmente foi devidamente retratada em “O Cavaleiro das Trevas”. O Coringa de Heath Ledger é de dar medo, MUITO medo, por se tratar de algo tão absurdo, mas possível de acontecer – ainda mais num mundo em que noções de certo e errado são tão tênues e frágeis como o nosso. Comparar o Palhaço com terroristas como Bin Laden virou chavão agora – mas nem vem, o Coringa veio antes, tá? E de forma piorada, porque com ele não há fronteiras ou partidos políticos ou ideologias, é contra tudo e todos – e por isso mesmo dá tanto medo.
Antes mesmo do Coringa mostrar seu rosto pela primeira vez no filme, fiquei toda arrepiada só de vê-lo andar, de costas, curvado e meio trôpego: “Meu Deus, é ele!!!”. Taaantas emoções, hehehe. E, quando ele faz o seu infame truque de “desaparecer o lápis”, já era: aquele era o Coringa que eu queria ver nas telas – e o que merecia ser mostrado ao público, não um bandido engraçadinho ou algo assim, mas o caos e a maldade encarnados. Cada aparição que ele faz é de embasbacar tanto fãs do gibi como o espectador comum. Numa palavra, a derradeira atuação de Ledger é extraordinária.
Mas não é só de Coringa que se sustenta “O Cavaleiro das Trevas”, pelo contrário, ele é apenas uma “engrenagem” da história, o que faz com que o novo filme do Homem-Morcego se destaque (desde “Batman Begins”, aliás) dentre tantas outras adaptações de gibis para o cinema: ela traz “algo a mais” – elenco impecável e carismático, roteiros sem enrolações (e olha que o filme é longo, mais de duas horas e meia - eu não percebi), e uma dose de verossimilhança – muita gente comparou seu ritmo aos thrillers policiais dos anos 1970, o que faz sentido. E, o que eu acho mais fascinante: consegue agregar vários valores que fazem parte do universo do gibi sem ser uma mera adaptação quadro-a-quadro (ou seria “quadrinho-a-quadrinho”? :P) de alguma graphic novel importante ou algo assim. Nada contra filmes que o fizeram (“300”, “Sin City”), mas ainda acho que dessa forma há um diferencial – afinal, filme é filme, gibi é gibi. De resto, Christian Bale é Bruce Wayne e Batman na medida certa, desde o primeiro filme – charmoso e algo canalha enquanto civil, e um herói apaixonado quando mascarado; Aaron Eckhart revelou-se a escolha perfeita para ser “O Cavaleiro Branco de Gotham” Harvey Dent (e está LINDO até que... ah, esquece); Maggie Gyllenhaal conserta o único equívoco de “Batman Begins” – que era a escolha de Katie Holmes para o papel de Rachel Dawes. Além de Michael Caine como Alfred e Gary Oldman como Jim Gordon (finalmente sendo promovido a Comissário) que dispensam comentários por serem pessoas queridas desse modesto blogue há muito tempo.
Até agora não soube de nenhuma crítica ruim ao filme, e por isso mesmo já sei que cedo ou tarde aparecerá algum chato enchendo-o de defeitos ou algo assim. Pra mim, é um filme que dá gosto de ver – comparando toscamente, trata-se do Begins melhorado, e olha que este já era o meu filme de herói favorito. Ele instiga de forma como não via há muito tempo – quando vi pela segunda vez, com minha mãe e meu irmão, fiquei satisfeita de ver que ambos não conseguiam parar de falar do filme quando este chegou ao fim. Ou seja, não era mera excitação de nerd de gibi, como poderiam dizer ser o meu caso – ironicamente, eu estava sem palavras, tanto que nem consegui postar sobre o filme aqui antes.
Filme do ano? Minha opinião, acho difícil aparecer algo que o supere. Melhor adaptação cinematográfica para um personagem de quadrinhos? Até agora, é bem provável que seja. Tenho pena de qualquer filme de herói que venha depois desse. Agora, os parâmetros são outros e o buraco ficou mais embaixo.
Boa sorte para os vindouros.
- Yours truly,
Sra. T. Beresford
(o post sobre "Dark Knight")

Sempre nutri um carinho maior pela DC Comics que pela Marvel – e a culpa disso, claro, são Superman e Batman que, apesar de anos e mais anos de histórias ruins (o que não deixa de ser agradável, economizei muito $$$ nos últimos anos ao parar de me dedicar à coleção de gibis, hihihi), ainda não perderam seu lugar como ícones maiores das histórias em quadrinhos. Para mim, por mais que surjam outros nomes que queiram “renovar” o gênero, sempre haverá um ranço de “você pode ser tudo, mas nunca será um Superman (no caso dos heróis com poderes) ou um Batman (no caso dos heróis de carne-e-osso)”. E vai ter que ralar muito para barrar a longevidade desses. E é isso aí.
No caso do kryptoniano, sou até mais fã de sua “máscara” de Clark Kent, o adorável repórter nerd e atrapalhado do Planeta Diário que de sua real face como Superman. Em se tratando do Batman, eu sou muito, mas muito suspeita de falar qualquer coisa. Antes mesmo de me reconhecer como uma fã declarada, eu já acompanhava o Homem-Morcego da forma que podia e nem sabia exatamente o porquê. Lá em 1989, quando seu primeiro filme saiu (e eu assisti na estréia), um amiguinho cujo pai trabalhava na editora que publicava os heróis DC no Brasil na época me deu várias revistas do Batman, porque meu irmão não as queria. Uma delas era “Batman Ano Um”, de Frank Miller – que aceitei na hora por se tratar de um gibi escrito pelo tal autor que tinha acabado de conhecer e adorado por causa de “Elektra Assassina”, mencionada 2 posts atrás.
Com meu gosto por quadrinhos, hum, “maturando”, acabei me deparando com “Cavaleiro das Trevas”, uma das maiores obras (também de Miller) sobre o maior detetive do mundo. Encontrar um significant other também fanático pelo mundo de Gotham parecia inevitável no fim das contas. Desde então, meu gosto pelo personagem é de uma admiração cada vez maior. E fiquei mais exigente: dos filmes antigos, hoje eu acho todos eles pífios (por incrível que pareça, o “menos ruim” é "Batman – o Retorno", o do Pingüim e da Mulher-Gato), enquanto que já assisti a “Batman Begins” mais de 15 vezes (um recorde para mim) e não me canso de revê-lo.
Mas, antes de gostar tanto do Batman, havia o Coringa.
O Coringa é o meu personagem de quadrinhos favoritos há muito tempo. Talvez seja O meu personagem favorito de todos os tempos. É uma adoração que também não sei de onde veio, mas que provavelmente tem a ver com o fato de ele ser um louco sagaz, altamente persuasivo, que nunca perde o humor (mesmo que doentio) e ainda assim tem um notável senso de estilo (terno roxo é lindo e não é pra qualquer um, já falei). Eu acho invejável, mesmo porque eu sei que NUNCA teria coragem de fazer um terço do que ele é capaz (ainda bem, devo deixar claro). Enfim, uma relação de atração e de medo, muito medo. Freud explica.
E, sendo meu personagem favorito, sempre tive um ciuminho por ele. Sempre achei que ele nunca recebeu uma interpretação digna no cinema e na série de TV (nos desenhos animados, ainda vai) - o que era um absurdo, já que se trata de um dos personagens mais fascinantes já criados. Tá bom, tá bom, quando Jerry Robinson o criou ele não era assim tão maluco, e reconheço que essa imagem que tenho dele deve-se à leitura que fiz dos gibis certos, mas, e daí?
Daí é que finalmente a imagem do Coringa que eu sempre gostei finalmente foi devidamente retratada em “O Cavaleiro das Trevas”. O Coringa de Heath Ledger é de dar medo, MUITO medo, por se tratar de algo tão absurdo, mas possível de acontecer – ainda mais num mundo em que noções de certo e errado são tão tênues e frágeis como o nosso. Comparar o Palhaço com terroristas como Bin Laden virou chavão agora – mas nem vem, o Coringa veio antes, tá? E de forma piorada, porque com ele não há fronteiras ou partidos políticos ou ideologias, é contra tudo e todos – e por isso mesmo dá tanto medo.
Antes mesmo do Coringa mostrar seu rosto pela primeira vez no filme, fiquei toda arrepiada só de vê-lo andar, de costas, curvado e meio trôpego: “Meu Deus, é ele!!!”. Taaantas emoções, hehehe. E, quando ele faz o seu infame truque de “desaparecer o lápis”, já era: aquele era o Coringa que eu queria ver nas telas – e o que merecia ser mostrado ao público, não um bandido engraçadinho ou algo assim, mas o caos e a maldade encarnados. Cada aparição que ele faz é de embasbacar tanto fãs do gibi como o espectador comum. Numa palavra, a derradeira atuação de Ledger é extraordinária.
Mas não é só de Coringa que se sustenta “O Cavaleiro das Trevas”, pelo contrário, ele é apenas uma “engrenagem” da história, o que faz com que o novo filme do Homem-Morcego se destaque (desde “Batman Begins”, aliás) dentre tantas outras adaptações de gibis para o cinema: ela traz “algo a mais” – elenco impecável e carismático, roteiros sem enrolações (e olha que o filme é longo, mais de duas horas e meia - eu não percebi), e uma dose de verossimilhança – muita gente comparou seu ritmo aos thrillers policiais dos anos 1970, o que faz sentido. E, o que eu acho mais fascinante: consegue agregar vários valores que fazem parte do universo do gibi sem ser uma mera adaptação quadro-a-quadro (ou seria “quadrinho-a-quadrinho”? :P) de alguma graphic novel importante ou algo assim. Nada contra filmes que o fizeram (“300”, “Sin City”), mas ainda acho que dessa forma há um diferencial – afinal, filme é filme, gibi é gibi. De resto, Christian Bale é Bruce Wayne e Batman na medida certa, desde o primeiro filme – charmoso e algo canalha enquanto civil, e um herói apaixonado quando mascarado; Aaron Eckhart revelou-se a escolha perfeita para ser “O Cavaleiro Branco de Gotham” Harvey Dent (e está LINDO até que... ah, esquece); Maggie Gyllenhaal conserta o único equívoco de “Batman Begins” – que era a escolha de Katie Holmes para o papel de Rachel Dawes. Além de Michael Caine como Alfred e Gary Oldman como Jim Gordon (finalmente sendo promovido a Comissário) que dispensam comentários por serem pessoas queridas desse modesto blogue há muito tempo.
Até agora não soube de nenhuma crítica ruim ao filme, e por isso mesmo já sei que cedo ou tarde aparecerá algum chato enchendo-o de defeitos ou algo assim. Pra mim, é um filme que dá gosto de ver – comparando toscamente, trata-se do Begins melhorado, e olha que este já era o meu filme de herói favorito. Ele instiga de forma como não via há muito tempo – quando vi pela segunda vez, com minha mãe e meu irmão, fiquei satisfeita de ver que ambos não conseguiam parar de falar do filme quando este chegou ao fim. Ou seja, não era mera excitação de nerd de gibi, como poderiam dizer ser o meu caso – ironicamente, eu estava sem palavras, tanto que nem consegui postar sobre o filme aqui antes.
Filme do ano? Minha opinião, acho difícil aparecer algo que o supere. Melhor adaptação cinematográfica para um personagem de quadrinhos? Até agora, é bem provável que seja. Tenho pena de qualquer filme de herói que venha depois desse. Agora, os parâmetros são outros e o buraco ficou mais embaixo.
Boa sorte para os vindouros.
- Yours truly,
Sra. T. Beresford