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terça-feira, junho 21, 2005

“VONTADE É TUDO”

Ao som de Beck – “Hell Yes”.




Nunca me canso de contar sobre quando fui ver o primeiro filme do Batman, dirigido por Tim Burton, no cinema. Era um daqueles “cinemões” antigos, grandiosos, que hoje em dia aqui em Petró se transformaram ou em estacionamento ou em igreja (no caso, virou igreja). Eu tinha uns 9 anos, fui com irmão e amigos. Cinema lo-ta-do, até mesmo na parte de cima, que na maioria das vezes tinha o seu acesso fechado. Desta parte de cima, um provável fanático pelo homem-morcego jogava para nós, embaixo, vários morceguinhos recortados em cartolina preta. Gritaria, pipocas voando, crianças se sacudindo nas cadeiras, adolescentes empolgados. Era aquela baderna típica de filmes-evento, que não vejo por aqui há um bom tempo. Deve ser porque, como eu, esses baderneiros cresceram. E que falta faz uma nova geração de espectadores que vibram num cinema lotado por aqui...

Deve ter sido a partir desse filme que virei uma fã, não de Bruce Wayne e ser alter ego, mas sim de seus vilões!
Um bando de psicopatas, nas roupas mais absurdas, com as atitudes mais loucas... O Coringa é o meu vilão favorito até hoje, carisma da ponta de seu cabelo verde aos pés minuciosamente enfeitados com polainas (hehe, e já estão elas por aqui de novo!) – ele não é apenas o mais sádico de todos, como também é o único com cacife para ficar bem num fraque roxo! A tênue linha que separa o cômico do inacreditavelmente insano em Gothan City me fascinou.

O tempo passou. Graças a sabe-se-lá-quem (haha) eu adquiri gosto por gibis. Não sou nenhuma autoridade no assunto, mas considero os gibis uma forma de arte (pombas, é a união de poesia, prosa, pintura...nem vou me estender nisso agora), já li graphic novels melhores que livros... aliás, alguns de meus “livros favoritos” são graphic novels! :o)) ... E assim, tive contato com maravilhas como “O Cavaleiro das Trevas”, “Batman: ano um”, “A Piada Mortal”, “Asilo Arkham”... Junta-se ao fato de, um belo dia, conhecer o próprio Bruce Wayne ao vivo (hihihi) e pronto! Foi quando percebi que a graça do negócio era que não só os vilões eram perturbados/perturbadores, mas, principalmente, o maior herói de Gothan o era.

Quer dizer, “perturbado” é pouco. Não é preciso ser louco só para usar um fraque roxo – o mesmo vale para alguém que resolve sair vestido de morcego para enfrentar o crime. Um louco, porém, com convicções razoavelmente sensatas e com um senso de justiça inabalável – mas que não beira o bom-mocismo de um certo super-herói, que de tão “bonzinho” chega a irritar, tanto os leitores como o próprio Homem-Morcego. :oP

Outro fator interessante é que Batman não é super-herói (muita gente fala disso, mas muita gente também se esquece desse detalhe), ou seja, não tem superpoderes para auxiliá-lo. É tudo no braço, na vontade. A única regalia que ele pode se gabar é de ser um dos homens mais ricos dos gibis. Porém, quer coisa pior do que saber que nem ter todo o dinheiro do mundo eliminará a sua angústia? Que por mais filantropo que seja o milionário, o mundo nunca será um lugar justo e seguro? Pois é... não é moleza ser Bruce Wayne, muito menos Batman.

Depois da carreira cinematográfica do maior detetive do mundo descer ladeira abaixo, os mutantes e super-heróis tomaram conta das franquias, e o bolso da editora concorrente encheu, entre altos e baixos da nova categoria/filão explorado, chamado carinhosamente de “filme de gibi”. É hora de inovar. Reapresentar um dos heróis mais conhecidos ao mundo, de forma mais próxima às gloriosas HQs, que aos antigos filmes e série de TV (nesse caso é a discrepância entre TV/HQ que dá graça aos personagens e histórias, afinal, Adam West tem o seu charme ).

Junho, 2005. Finalmente, “Batman Begins” vê a luz do dia, digo, as trevas dos cinemas. Como já disse, não posso me colocar aqui nem como autoridade em Batman, nem como autoridade em cinema. Mas posso me colocar como leitora esporádica e espectadora, e grande apreciadora de cinema e de gibis. E assim digo: que filme! É um filme de gibi, mas não é um “filme de super-herói”, infantilizado. Os cortes são rápidos, é um filme ágil, mas não frenético. Tem senso de humor, mas não é um filme “engraçadinho”. Desde eu que soube que Christian Bale assumiria a máscara com orelhinhas que eu vibrei – ele não tem a postura de galãzinho, é bom ator, além de ser muito charmoso (requisito básico para ser o milionário Wayne, por favor). Se deu bem ao “incorporar o maluco que se veste de morcego”. Nem vou falar do resto do elenco, porque é muita gente boa para comentar aqui, e todo mundo já deve ter falado sobre todos eles noutros lugares. Meu único problema com “Batman Begins” é Katie Holmes, que ainda não desaprendeu a ser aquela mala da Joey de Dawson’s Creek - mas isso, a essas alturas, é o de menos. Até o “final romântico” (??) a gente deixa passar, porque se fosse de outra maneira, terminaria semelhante a um outro filme de gibi que já conhecemos bem.

Não “exala” pretensão em ser filmaço, e exatamente por isso ele o é.
Missão cumprida!

cheers!

sábado, junho 11, 2005



Lord Kapranos, filósofo grego e colecionador de instrumentos musicais vintage, certa vez disse que receber pacotes pelo correio era uma das sensações mais legais que existiam...

Realmente.

Mas, o que fazer enquanto os pacotes não chegam?? No meu caso, fiquei quase um mês inteiro me remoendo, querendo saber o que fizeram com meus pacotes, e o que seria de mim se eles tivessem sido sutilmente "malocados" pelos correios, sei lá...

E sonhava com os pacotes chegando. Imaginava, cada vez que a campainha tocava, independente do horário mais esdrúxulo que fosse, que seria um simpático funcionário de uniforme canarinho-azulão, me entregando o esperado presente. E já imaginava minha reação, do tipo "quero agradecer à academia pelo pacote recém-chegado...". E seguraria meus novos pertences no colo, ó meus irmãos, tais como filhos, os colocaria com o devido cuidado no meu aparelho de som, e guardaria seus respectivos cases tão bonitinhos e embrulhados em plástico para não amassar num cantinho bem especial de minha prateleira...

E daí que são músicas que estou careca de ter no meu computador em mp3?

Ouvir "This Fffire", bem alto, no som do quarto - não tem preço...

Ah, claro... e quando os pacotes chegaram, só pensei comigo mesma: "Sim, Kapranos... você está absolutamente certo!!"

cheers!

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