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terça-feira, julho 01, 2008



Ao som de "Tripoli", "Chaos Engine", "Shag", "Crutch", "Trainer", "Manchuria", "June", "Microtonic Wave", "Victorious D", "Offcell", "B" - PINBACK.

"A mulher sempre reclama do que faz para chamar a atenção do homem: salto alto, meia-calça, maquiagem. Mas é pior para o homem, porque não há o que fazer. Por isso construímos pontes, escalamos montanhas, exploramos territórios desconhecidos... Acham que queremos fazer isso? Ninguém quer construir uma ponte! É muito, muito difícil! Projetar foguetes, voar pelo espaço. Garanto que todo astronauta ao voltar, pergunta à namorada: "E aí? Você me viu lá em cima??"

Jerry Seinfeld em "The Pilot pt. 2", episódio 24 da 4ª temporada da série que leva seu nome.

MACHISTA, EU?!?!?!!

Depois expôr meu lado "anti-nacionalista" com o post sobre o Hot Chip, tá na hora de mostrar meu lado machista(?!?!).

O trecho acima citado, um de meus favoritos da stand up comedy de Jerry Seinfeld, meio que ilustra meu pensamento: o homem faz certas coisas espcialmente para impressionar um(a) possível parceiro(a) - incluo nesta lista a vontade de formar bandas e fazer música.

O mais divertido é que vemos que os músicos normalmente "não têm tempo para se dedicar a um relacionamento", o que acaba justificando a fama de galinhas. É algo feito sob medida aos homens, que tanto dizem morrer de medo do compromisso: ao mesmo tempo em que atraem a mulherada, mantém a distância, a aura de mistério típica de artistas. Tudo muito lindo, tudo muito mágico. Por outro lado, as mulheres pouco se lixam com isso, dando a entender que não deixarão de achar os artistas atraentes - pelo contrário, quanto mais complicado o cara for, mais elas gostam. Então...

O que foi expresso aí em cima é uma opinião generalizada e extremamente estereotipada a qual eu não concordo completamente - mas também, se eu falasse que isso não acontece estaria mentindo.

No que me diz respeito, gosto da idéia de que músicos estão lá, sim, para me entreter, instigar a imaginação - me conquistar. Tanto que não é novidade alguma me apaixonar por alguém pelo simples fato de fazer música que me toca. Talvez seja por isso que me é tão difícil gostar de artistas mulheres e tal. Não que eu seja dessas heteros radicais com medo de se sentir atraída por mulher, pelo contrário... Mas, pode parecer tão preconceituoso quanto o acima, sei lá... (e tô me lixando se parecer, não tenho obrigação nenhuma de gostar mesmo) mas a verdade é que a maioria das artistas femininas não me agrada porque 1) não gosto da voz, fazer o quê?; ou 2) acho musicalmente boboca; ou 3) acho que só tem pose e tá mais preocupada em mostrar que é bonitinha e pior, não quer admitir que esta é sua real intenção, soando hipócrita; ou 4) faz coisas de gosto duvidoso mesmo (digo isso sendo fã confessa da Madonna desde os 4 anos de idade e curto as sacanagens dela, mas tem cada uma que quer ser "mais" que ela e não dá).

So, Amy Winehouse? Legal, mas prefiro a versão que os Arctic Monkeys fizeram de uma música dela. Lily Allen?? Sério, "Oh my God" só se for com o Kaiser Chiefs. Prefiro o Muse brincando de Britney Spears em "Supermassive Black Hole" que a própria - apesar de admitir que ela tem músicas ótimas como "Toxic", que aliás prefiro a versão do Hard Fi ou mesmo do Mark Ronson à dela. E o que dizer dessas cantoras voz-e-piano tentando parecer a Carole King?... aff... E olha que as bandas citadas acima nem são clássicas ou algo do tipo - são apenas boas bandas atuais de pop/rock.

Será que tô pedindo muito em querer alguém realmente interessante para representar a mulherada no mundo pop e que não seja uma sub-alguma-coisa? Claro que tenho exceções na CDteca, nomes que sempre acabam dando as caras por aqui: mulheres que são lindas sem fazer caras e bocas e sem serem necessariamente belas; que cantam muito mesmo sem terem vozes fáceis de se gostar e/ou alcance vocal impressionante; e que não precisam levantar bandeiras para mostrar que têm conteúdo - seu trabalho tá aí pra isso - o que importa é que acreditam no que fazem, o que me faz acreditar nelas também.

Nesse quadro surge o The Ting Tings, dupla britânica formada por Jules De Martino (bateria, vocais) e Katie White (vocais, guitarra, baixo) que é divertida, despretensiosa, alegre... enfim, pop. Desde que vi o clipe de "Great DJ" pela primeira vez uns 2 ou 3 meses atrás que a música não saiu da cabeça. "We Started Nothing", o primeiro disco deles, tá no meu player desde o dia de seu lançamento. Das bandas que debutaram este ano, deve ter sido a que mais me agradou até agora. E o que eles têm demais? Aparentemente nada. Mas não tem como não se lembrar de "Hey Mickey" e ter vontade de sair imitando cheerleader ouvindo "That's not my name". Como não sorrir com o quê de Junior Senior de "Fruit Machine" e do "What's new Pussycat" de Burt Bacharach em "Traffic Light". E como não admirar o "Take me out" deliciosamente roubado do Franz em "Shut up and let me go"... e o resto do disco não deixa a bola cair: "Keep your head", "We Walk", "Be the one", e "We Started Nothing" são divertidas, fofas, grudam na cabeça como toda boa música pop o é. E a esquisita "Impacilla Carpisung" é uma de minhas favoritas, com camadas de vocais cantando algo que não faço idéia e teclados engraçados.

Katie White, a vocalista, é um bom exemplo do que quero dizer: não é feia, mas também não esfrega sua beleza na nossa cara, obrigando-nos a achá-la liiiinda com camadas e camadas de photoshop; é estilosa, mas de forma lúdica - como a música do Ting Tings; não tem a voz precisamente linda, mas tem personalidade. Prefiro ela à muita mulher por aí. Só resta torcer para que essa não seja uma impressão errônea, ou que ela se perca nos caminhos da fama, como acontece tanto por aí. Ela está se destacando exatamente por "não começar nada".


Já que estamos falando de mulher, vambora.

Nunca assisti a um episódio de Sex and the City por inteiro. Tinha a maior bronca mesmo, preconceito, porque tinha a impressão de que parecia uma série onde a imagem da mulher era bem idiota - onde a meta de vida é ter os sapatos, as roupas e o homem certo. Ok, adoro sapatos, roupas e homens e tampouco sei qual o meu papel no mundo, mas resumi-lo a isso me soava... :S

Para ficar com um "equivalente", enquanto minhas amigas achavam Sex and the City o máximo, eu era viciada em Queer as Folk. Não sei qual a opinião dos gays sobre esta série, se era honesta, se mostrava "os gays como eles são" etc. Só sei que eu conseguia me identificar mais com os personagens desta - seria eu uma mistura de Michael Novotny com Emmett Honeycut?! :D - mais que com Carries, Samanthas, Mirandas e Charlottes. Eu achava tudo tão bem desenvolvido e amarrado que eu acabava me identificando com todos os personagens da série em determinado ponto. Fora que a trilha sonora era melhor que a música-de-mulherzinha da série de Darren Star, e o sexo era hot.

Mas, resolvi deixar as implicâncias gratuitas de lado e encarar o filme. No geral, ele parece um episódio muito estendido - sem necessidade - o que acaba ficando arrastado. Mas, levando na esportiva, nem é um filme ruim. O pior, certamente, é ver que todos os estereótipos que tanto me irritam na série - e que gostaria de ver que eles não existiam, eram só coisa da minha cabeça - estão no filme. E, para um filme tirado de uma série que, dizem, "revolucionou o comportamento feminino", parece que ele faz exatamente o contrário.

Ser mulher é isso então? Achar que o mundo se divide em "dentro" e "fora" de Manhattan (pelo contrário, queria eu morar no Brooklyn e ser vizinha do James! Hahahaha)? Que é o máximo pagar trilhões por uma bolsa e o dobro por um par de sapatos? Que tem que se casar com o cara que bancar o que você quiser e ainda fazer um closet do tamanho de uma casa só pra você?

Sei lá, ainda não aprendi a ser assim. Tenho extravagâncias sim, ou ao menos eu acho que são - e não são nada comparado ao que vi no filme. E se isso é ser mulher, prefiro ser moleca, bicha nerd, adultescente ou sei lá que diabos eu sou. Melhor assim.

- Yours truly,
Sra. T. Beresford.

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